A área de financiamentos do banco Santander , que completa 60 anos em 2023, quer aumentar sua fatia no mercado de crédito automotivo. O primeiro passo foi dado com a nova parceria com a Fiat. A etapa seguinte é a redução dos juros, política baseada na queda da Selic, a taxa básica do país.
No jargão do setor, a instituição financeira é agora o "motor de crédito" da marca italiana –que, entre outros modelos, produz a picape Strada, automóvel mais vendido do mercado nacional.
Dessa forma, os planos oferecidos nas concessionárias para carros novos terão o apoio operacional do Santander, que cuidará das taxas e das avaliações de risco para concessão de parcelamentos. Antes, esse trabalho era feito pelo Itaú.
Entre as tarefas da instituição financeira está a elaboração de novas formas de aquisição dos veículos. Uma das possibilidades é aumentar a oferta de opções com parcela balão, modalidade em que um valor residual maior é deixado para o fim do plano. Quando chega a hora de quitar essa prestação, o cliente é estimulado a trocar de carro, fazendo um novo parcelamento dentro da mesma marca.
Cezar Janikian, diretor da Santander Financiamentos, diz que essa opção se tornou interessante para os revendedores por gerar a possibilidade de fidelização. "Gostam porque ajuda a manter o contato com o cliente, e o lojista pega um carro bom na troca."
O executivo afirma que a fase mais difícil do mercado ficou para trás. "Tivemos um segundo semestre de 2021 difícil, houve um recrudescimento dos créditos concedidos diante de uma curva crescente de inadimplência."
Ao longo de 2022, os bancos passaram a focar em clientes com perfil considerado excelente, mas o interesse pela compra se esvaía devido às taxas elevadas. É por isso que o banco planeja maior agressividade na concessão de crédito, e uma das principais ferramentas será a redução de tarifas baseada em estimativas de queda da Selic.
A financeira Santander Financiamentos projeta que, em dezembro, o Copom vai fixar a taxa básica de juros em 11,75%. No fim de 2024, esse índice deve chegar a 10%. Para o último mês de 2025, a expectativa é atingir 7,5%.
Hoje, a instituição detém uma fatia de 22,5% de todo o crédito concedido no setor automotivo. A atuação no segmento começou em 1963 com o banco Aymoré, que manteve o CNPJ após uma sequência de aquisições.
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