O general Cristiano Pinto Sampaio, comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, incorporou-se à tropa de tuiteiros que se solidarizaram com o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas. Ele escreveu o seguinte:
“Como disse o consagrado historiador Gustavo Barroso: ‘Todos nós passamos. O Brasil fica. Todos nós desaparecemos. O Brasil fica. O Brasil é eterno. E o Exército deve ser o guardião vigilante da eternidade do Brasil. Sempre prontos Comandante!!’”
Gustavo Barroso (1888-1957) foi um historiador fluvial, autor de 76 livros. Escreveu uma “História Militar do Brasil” empolgada e medíocre. Foi um grande diretor do Museu Histórico Nacional e consagrou-se como o expoente do antissemitismo no movimento integralista brasileiro.
Não era antissemitismo de salão. Ele escreveu coisas assim: “O Brasil não passa de uma colônia de judeus verozes, que são misteriosamente auxiliados nas suas negociatas e empreitadas por individualidades das altas esferas nacionais”. Ele viu num revoltoso do Império uma “inegável fisionomia judaica”.
Barroso traduziu os “Protocolos dos Sábios do Sião”, uma fraude que narrava a controle do mundo pelos judeus.
Parte de seus textos antissemitas foi escrita depois de 1937, quando os nazistas depredaram lojas de judeus e destruíram sinagogas.
Os integralistas saudavam-se com o grito de “Anauê”, tiveram bons apoios nos quartéis e tentaram um golpe, em 1938. Foram repelidos pelo ministro da Guerra, o general Eurico Dutra,
que tomou um tiro na orelha.
Não se conhece o grau de familiaridade do general Pinto Sampaio com a obra de Barroso.
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