Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Elio Gaspari

Galípolo precisa de um intérprete

Quando um diretor do Banco Central fala, deve medir suas palavras

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Quando um diretor do Banco Central fala, deve medir suas palavras. Se está na pole position para assumir a presidência da instituição, pode até ficar calado.

O doutor Gabriel Galípolo foi a um evento e falou várias vezes da taxa dos juros. Em minutos, o dólar encostou nos R$ 5,60.

O diretor do Banco Central Gabriel Galípolo - Gabriela Biló - 4.jul.23/Folhapress

Explicando-se, disse que teve "uma interpretação inadequada".

Ganha um fim de semana na Argentina, onde a inflação bateu na marca de 263,4% para os 12 meses anteriores a julho, quem tiver uma interpretação adequada para o que ele disse:

"Na minha interpretação, posição difícil para o Banco Central não é ter que subir juros. Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável".

A triste sina dos fundos estatais

Num mesmo dia, o cidadão recebeu duas notícias. Uma revelava que os Correios cobriram parte do rombo do fundo de previdência de seus funcionários, o Postalis. Coisa de R$ 7,6 bilhões. Outra informava que os fundos de pensão das estatais querem mais liberdade para decidir onde investir. É um pesadelo que retorna.

Fundos de investimento podem botar dinheiro em maus negócios, e isso faz parte da vida. Em Pindorama, a coisa foi diferente. Fundos das estatais investiram em micos, seguindo a vontade do comissariado do Planalto. Em 2014, perderam R$ 31 bilhões.

As malfeitorias da época resultaram em operações policiais, investigações do Congresso, delações premiadas e falências. Tudo documentado.

A matriz do desastre era uma associação entre gestores apadrinhados pelo comissariado e empresários e papeleiros bem relacionados. Atribui-se a Albert Einstein um definição de insanidade:

É fazer a mesma coisa esperando um resultado diferente.

Se Einstein disse ou não disse isso, é uma dúvida, mas Lula gosta muito de usar essa palavra para qualificar comportamentos alheios.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.