Os últimos e os próximos dias foram e serão, nas cúpulas das campanhas, de debate sobre os debates: ir ou não ir.
Há algo de muito errado nesse espetáculo eleitoral. Desde o primeiro entre dois finalistas, Lula e Collor, a distorção se sobrepôs à finalidade.
Não se trata de confrontar ideias, mas de tentativas mútuas de ferir de morte as candidaturas alheias. O espectador vê um cenário convencional, mas enganoso: é um ringue, ou um pátio de fuzilamento, se não é um açougue.
O espectador sabe com antecedência, e por si mesmo, quem será mais atacado e até os temas dos ataques.
Todos voltados para ontem, nada para o amanhã que a eleição põe em jogo. Inaugurada por Fernando Henrique, a ausência evita o primeiro massacre, não o que vem: as acusações públicas de fuga, de não poder enfrentar tais e tais questões. É ser massacrado ou ser massacrado.
Pela violência
No uso eleitoreiro do 7 de Setembro, Bolsonaro fez ataques nominais ao Datafolha. Menos de 24 horas depois, um pesquisador do Datafolha foi atacado por um bolsonarista, seguindo-se outras três agressões. Logo chegaram a dez, atingindo também pesquisadores de outros institutos.
Não pararam mais. A relação de causa e efeito ficou clara. E Bolsonaro continua, à falta da denúncia criminal necessária e urgente.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.