Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Uma aposta no 0 a 0 para o Majestoso

Fernando Diniz e Tiago Nunes chegam ao clássico em situações parecidas

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Mestre Armando Nogueira sempre disse que quem escreve sobre futebol deveria evitar fazer prognósticos sobre os jogos.

Porque quebraria a cara muito mais que acertaria.

De fato, cravar um resultado diante de três possibilidades é sempre temerário, desafio à lei das probabilidades. Acrescente o imponderável e resista à tentação.

Há os que, prudentemente, conseguem. E os que não, até porque sempre desafiados em programas de TV ou rádio, ou pelos leitores.

Outro mestre menos conhecido no mundo do futebol, embora tenha começado a brilhante carreira no jornalismo como correspondente da Placar em Curitiba e que até dirigiu a revista, Carlos Maranhão, vive fazendo troça dos palpites que vê aqui.

Como usual entre os leitores, jamais aplaude os acertos minoritários, como, por exemplo, a coluna ter apontado o Bayern Munique como o campeão da Liga dos Campeões da Europa. As bolas fora, ao contrário, nunca passam impunes.

Tudo isso para dizer que se a rara leitora e o raro leitor acordarem no intervalo do Majestoso podem ligar a televisão para constatar o 0 a 0 no placar. Que perdurará até o fim do clássico.

Trata-se do resultado que interessa aos dois times para evitar crises, principalmente para os dois treinadores.

Antes, saiba que em 345 Majestosos houve 110 empates, 130 vitórias alvinegras e 105 tricolores.

Ou que pelo Campeonato Paulista foram 59 empates, 67 triunfos do Corinthians e outros 58 do São Paulo. No Morumbi, 59 empates e vantagem do visitante por 50 a 39.

Jogadores de Corinthians e São Paulo disputam jogada pelo alto no empate em 0 a 0 no Morumbi pelo Paulista de 2020
Corinthians e São Paulo empataram em 0 a 0 no Morumbi pelo Paulista de 2020 - Daniel Augusto Jr. - 15.fev.20/Divulgação Ag. Corinthians

Note que há sempre mais empates que vitórias do São Paulo, mas não é nem por isso a previsão de nova igualdade.

Fernando Diniz, depois de muito dar murro em ponta de faca, desistiu de Alexandre Pato e somou sete pontos em nove disputados. Não terá Daniel Alves e tomara que possa contar com Luciano, com rendimento surpreendente nos três jogos dos quais participou, com dois gols decisivos e um passe para outro, de Pablo.

Mas Bahia, Sport e Athletico medem pouco e tudo irá por água abaixo caso o time perca para o maior rival.

Acontece que o Corinthians está em situação mais complicada e Tiago Nunes, como Diniz, obrigado a rever conceitos em busca de resultados.

Entre os três possíveis a vitória será redentora, a derrota, catastrófica, e o empate, satisfatório, fora de casa.

Tudo leva a crer que teremos um Majestoso realmente medroso, daqueles em que o medo de perder tira a vontade de vencer, segundo pontifica o filósofo Vanderlei Luxemburgo.

Aliado à manutenção dos empregos, temos o esperado baixo nível do começo deste Covidão-20, depois da inédita paralisação das atividades por longos quatro meses, embora insuficientes.

Se não for 0 a 0 ou, ao menos, empate, a cara está dada à tapa ainda antes do almoço dominical.

Para comprovar que Armando Nogueira sempre tem razão e alegria de Carlos Maranhão.

Cesta negra!

São cerca de 13% os afro-americanos. E 55% de não brancos no Brasil. Lá como cá são os que mais morrem baleados pela polícia e a maioria esmagadora dos prisioneiros.

Nos Estados Unidos da América, enfim, os atletas disseram basta.

Nos Estados Unidos do Brasil, primeiro nome pós-República, não se vislumbra nada parecido.

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