Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O primeiro 'jogo do ano'

Teremos muitos outros, mas a decisão da Supercopa assume dimensão até imprópria

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Flamengo e Palmeiras disputarão novamente a Supercopa do Brasil, neste sábado (28), no Mané Garrincha, em Brasília.

A primeira boa notícia em torno da decisão é a ausência do fujão genocida.

A segunda está na expectativa de bom espetáculo, como ambos fizeram no mesmo estádio dois anos atrás, com nível excelente no empate por 2 a 2 e vitória carioca da marca do pênalti, de matar do coração, em abril de 2021, ainda em plena pandemia, sem torcida, com belos gols de Raphael Veiga e Dom Arrascaeta.

Lance de Flamengo x Palmeiras pela Supercopa de 2021, no estádio Mané Garrincha, em Brasília - Ueslei Marcelino - 11.abr.21/Reuters

Era ainda começo de temporada, o Flamengo havia jogado mais vezes que o Palmeiras, e assim mesmo o nível técnico surpreendeu.

Agora cada um fez três jogos com a maioria dos titulares, e é absurdo exigir muito dos dois melhores protagonistas do futebol brasileiro há algum tempo, com intromissão do Atlético Mineiro.

Das estrelas rubro-negras e alviverdes na partida de dois anos atrás, só Bruno Henrique e Gustavo Scarpa estarão ausentes, e este último era, então, reserva.

Será a sexta edição da Supercopa, taça tratada como festa de abertura na Europa e aqui superdimensionada, porque somos assim, nós, brasileiros, exagerados.

No século passado, em 1990/91, Grêmio e Corinthians a venceram, em disputas com Vasco e Flamengo, mas ninguém deu bola. Tanto que só voltou a ser disputada em 2020, e de lá para cá o Flamengo esteve em todas.

Bateu no Athletico Paranaense e no Palmeiras e perdeu para o Atlético Mineiro.

O Flamengo aparenta estar mais pronto para a final, reforçado por Gerson, de volta à Gávea, e presente em 2021.

O Palmeiras perdeu Danilo e Scarpa, e, como a Mancha Alviverde perdeu também o dinheiro da milionária mandatária do clube, a torcida já está em pé de guerra depois das três primeiras fracas atuações da equipe na temporada, outro exagero bem nosso.

Abel Ferreira estava no Palmeiras quando a taça escapou no Distrito Federal e se encontrará com o conterrâneo Vítor Pereira sedento por vingança depois de tanta humilhação nos dérbis paulistanos —três derrotas em três clássicos, um deles em Itaquera e um 3 a 0 acachapante na casa verde.

É a quarta vez que os dois times decide copas.

O Flamengo levou a melhor na Copa Mercosul, em 1999, e na Supercopa do Brasil, em 2021.

Mas o Palmeiras ganhou a decisão realmente relevante, a da Libertadores da América, também em 2021.

E será o 125º embate entre os herdeiros de Ademir da Guia e de Zico, com vantagem esmeraldina por 47 a 42.

Mas, sempre tem este chato, nos últimos tempos a freguesia é paulista, com cinco derrotas e apenas uma vitória, além de que um dos empates é o da decisão da Supercopa.

Exagerará quem disser que o palestrino tem o Flamengo engasgado como se fosse um rival estadual, e estará certo quem falar que o rubro-negro sente sabor especial ao derrotar o adversário.

De fato, porém, o time da Gávea desafia muito mais o do Parque Antarctica, e a disputa entre poderio financeiro e técnico tornou o clássico especial.

A turma do amendoim, que andava tão quieta, voltará a se calar com o título verde e infernizará a "Leila, incompetente, pegou o Palmeiras para brincar de presidente" caso perca.

A Nação, se vencer, alertará o "Real Madrid, pode esperar, sua hora vai chegar".

Senão, Pereira, o treinador, voltará a ser besta em vez de bestial e salvará a pele da presidente, xará no sobrenome.

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