Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri
Descrição de chapéu Copa do Brasil

As cores alarmantes da Copa do Brasil

Quatro times da Série A sucumbem diante de equipes de divisões bem inferiores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Digamos que perder para time de Série B, como o Athletico perdeu para o CRB, e só por 1 a 0, em Maceió, não chega a ser um desastre que não possa ser revertido no jogo de volta, na Arena da Baixada.

Para quem, contudo, orgulhava-se de ser o único invicto em 2023, com 15 vitórias e três empates, significa, ao menos, o acender de luz amarela.

A vermelha está acesa para o Cruzeiro, derrotado também pela contagem mínima, no Recife, para o Náutico, da Série C. Porque o Cruzeiro não sabe bem se já é time da primeira divisão mesmo ou se ainda traz nas costas o peso da segunda, onde esteve por tanto tempo.

Pior, convenhamos, fez o Corinthians, derrotado em Belém pelo Remo, da Série C, e por 2 a 0.

Que luz acender?

0
O Corinthians teve atuação péssima em Belém - Fernando Torres - 12.abr.23/Agif/Folhapress

A atuação alvinegra no Pará lembrou aquela feita contra o Always Ready, pela Libertadores, no ano passado, quando apanhou pelo mesmo placar. Então, havia a justificativa da altitude de La Paz. Agora não há, desde que não se atribua a lentidão exasperante da equipe às delícias do pato no tucupi.

E pior porque fruto de decisão de quem parece viver em realidade paralela, como tantos ultimamente no Brasil.

Ora, poupar titulares importantes no torneio mais acessível para salvar o ano corintiano só pode ser fruto de quem anda com a cabeça na lua e os pés nas nuvens.

Precocemente já está o time obrigado a fazer Itaquera jogar mais que seus envelhecidos jogadores, algo possível, embora desgastante ao extremo.

Por incrível que pareça, o Flamengo foi capaz de superar o Corinthians em matéria de vexame, e vexame não tem cor.

Perder para o Maringá, da Série D, também por 2 a 0 fora de casa, ultrapassa os limites da imaginação do mais pessimista dos rubro-negros, ainda por cima depois da demissão de Vítor Pereira, outro treinador dispensado pela nefanda direção da Gávea, tão ruim como a do Parque São Jorge, subjugada por jogadores mimados há tempos incapazes de mostrar minimamente futebol de qualidade. Foi de corar.

Virar no Maracanã parece fácil, mas só parece, porque, se houver insistência na escalação de atletas como David Luiz, Gerson, Éverton Ribeiro e Gabigol, tudo ficará bem difícil.

O artilheiro, de qualidades inegáveis, desde que passou a jogar com a camisa dez, um dia vestida por Zico, entrou em dieta de gols, nada menos de dez jogos sem marcar nem sequer unzinho.

É complicado mexer em time que está ganhando? Claro que é.

Tite preferiu morrer abraçado com o dele em 2013 e se despediu do Parque São Jorge depois de ganhar tudo em 2011/12.

Ladino, Jorge Jesus voltou para a Europa enquanto vivia o auge da glória no Ninho do Urubu, sem tocar nos medalhões, tarefa que deveria ter sido atribuída aos infelizes sucessores do português, sem respaldo da diretoria para tanto.

Quem conciliou até ganhou títulos; quem bateu de frente durou pouco.

Os campeonatos estaduais não são parâmetros para a Copa do Brasil, e a Copa do Brasil não mede as chances para o Campeonato Brasileiro.

No máximo, acende luzes. As que acendeu para o quarteto A devem ser suficientes para alertá-los.

A luz verde também está acesa, e nem é preciso citar o nome de para quem, basta dizer que lembra árvores, em clima de paz absoluta. E temos ainda as três cores que traduzem tradição.

Palmeiras e Fluminense são os melhores times brasileiros neste início de temporada.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.