Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Diniz fez convocação normal e manteve Neymar como a base da seleção

Enfim, começou o dinizismo com dimensão nacional

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O melhor momento da convocação da seleção brasileira por Fernando Diniz não foi a lista de jogadores, embora boa, porque sem maiores novidades ou ausências notáveis.

Ele se saiu muito bem ao responder ao excelente repórter Pedro Ivo Almeida, que quis saber quem tinha sido convocado no lugar do enrolado Lucas Paquetá.

Diniz tinha acabado de dizer que falar a verdade sempre foi sua melhor proteção e havia explicado por que tirara o nome de Paquetá da lista. Mas não quis revelar o nome do substituto.

Alguém, então, falou alto, fora do microfone: "E a verdade?".

Ao que o treinador respondeu: "A verdade é que você vai ficar sem a resposta".

Jogo bem jogado.

Tenha sido quem quer que tenha sido, Joelinton ou Raphael Veiga, não faria mesmo sentido enfraquecer o jogador escolhido.

Omitir não é mentir dirá o técnico que serve a dois senhores, na CBF e no Fluminense, embora às vezes possa ser até pior —por exemplo, quando um médico sabe que cloroquina é inócua contra Covid-19 e cala.

Diniz se saiu bem ao explicar ausência de Lucas Paquetá - Mauro Pimentel - 18.ago.23/AFP

Quanto à lista, cada um tem a sua.

Vitor Roque é ausência sentida, e Neymar, presença incômoda, porque, independentemente de suas qualidades, os defeitos têm mais peso para uma seleção em formação.

Neymar não é paradigma para ninguém e ainda sufoca estrelas em formação.

Ter a coragem de deixá-lo fora seria contribuição inestimável de Diniz para a história do futebol brasileiro, mesmo que ao ferir a verdadeira admiração que ele tem pela arte do jogo.

Talvez tenha temido passar a ser chamado como o argentino Marcelo Bielsa, hoje comandante da uruguaia Celeste Olímpica, El Loco Bielsa.

Mas que seria charmoso ganhar a alcunha de Fernando Louco Diniz, convenhamos, seria.

Enfim, começou o dinizismo com dimensão nacional.

Em meio período. Ou duplo emprego. Risco enorme.

AZAR DA SORTE

Não é fina ironia desconvocar jogador da seleção porque ele é acusado de receber, de propósito, cartão amarelo para seus familiares ganharem algum dinheiro em casas de apostas?

Lucas Paquetá certamente não precisa e, se duvidar, participou apenas de brincadeira entre parentes.
Por que ironia? Porque a CBF já teve o Campeonato Brasileiro patrocinado por casa de aposta e a Copa do Brasil é patrocinada por outra.

Aliás, a concorrência entre as duas bancas resultou em ação de uma delas contra a CBF, que está perdendo a briga, em segunda instância, e pode ter de indenizá-la.

FINAIS SENSACIONAIS

Flamengo e São Paulo disputarão as finais da Copa do Brasil nos próximos dias 16 e 23 de setembro, dois domingos, dias ideais para decisões deste tamanho.

Elenco por elenco, o rubro-negro é bem melhor.

Time por time, também.

Treinador por treinador, há controvérsias.

E, momento por momento, o do tricolor é muito melhor.

Fosse amanhã o primeiro jogo, e o São Paulo de Dorival Júnior seria o favorito para ganhar a taça, inédita para o clube, que seria a segunda seguida do técnico no torneio.

Lucas teve início esplendoroso no retorno ao São Paulo - Adriano Vizoni - 16.ago.23/Folhapress

Tanta água correrá por baixo dos gramados do Morumbi e do Maracanã até meados do mês que vem que qualquer previsão agora será mero chute.

Dom Arrascaeta estará 100% até lá?

Lucas Moura dará sequência ao início esplendoroso?

James Rodríguez estará mais para Moura ou para Pato?

Haverá mais cenas de pugilato na Gávea?

Não se sabe. O que se sabe é o tamanho da ansiedade, difícil de segurar até lá.

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