Fluminense, Internacional e Palmeiras: três brasileiros entre os oito classificados para as quartas de final da Taça Libertadores da América.
América, Botafogo, Corinthians, Fortaleza e São Paulo: cinco brasileiros entre os oito classificados da Taça Sul-Americana.
Não é pouca coisa se considerarmos que o país campeão mundial tem apenas dois sobreviventes na Libertadores. E se matarão entre si: Racing e Boca Juniors.
Também na Sul-Americana, só dois representantes da Argentina, o Defensa y Justicia e o Estudiantes, adversários de Botafogo e Corinthians, respectivamente.
A taça meio cheia do maior torneio continental tem no Internacional o autor da melhor façanha, ao eliminar o River Plate. E do jeito como eliminou.
Do Fluminense não se esperava outra coisa, nem do Palmeiras, embora se esperasse mais do Atlético Mineiro.
O Palmeiras tem o caminho aberto para as semifinais, quando terá ou Racing ou Boca pela frente. Porque, convenhamos, o colombiano Deportivo Pereira já foi longe demais e tem sabor doce para o alviverde.
As tarefas do Inter, contra o Bolivar, e do Fluminense, contra o Olímpia, são bem mais complicadas.
Na Sula é justo que se diga que o América surpreendeu, com classificação espetacularmente dramática pelas circunstâncias diante do Bragantino.
Os demais tinham mesmo que chegar pelo menos às quartas e é razoável que povoem as semifinais com Botafogo x São Paulo e Corinthians x Fortaleza ou América, apesar de o Estudiantes ser o adversário estrangeiro mais duro a ser superado.
A taça vazia deve ser relativizada, porque há decepções e decepções.
Esperava-se a permanência do Athletico, mas a derrota por dois gols na altitude de La Paz complicou a vida paranaense e a queda nos pênaltis, na última cobrança, pelo capitão Thiago Heleno, no travessão, é daquelas derrotas que entristecem mais que decepcionam.
Já a queda do outro Atlético decepcionou mesmo pela incapacidade mineira em agredir o Palmeiras depois de ser derrotado no Mineirão. Daí chorar por pênalti inexistente é típico.
Mas decepção com D maiúsculo, frustração com F em caixa alta segundo o jargão tipográfico, foi a do Flamengo.
Não que o Olímpia, tão tricampeão continental como o rubro-negro, seja adversário fácil, principalmente quando pode decidir em casa, no temido Defensores del Chaco.
Acontece que o Flamengo jogou mal no Maracanã lotado e ainda pior em Assunção, com estádio não menos repleto.
Deu-se ao luxo de sair na frente em sete minutos e levar mais que a virada, ser derrotado sem direito a nem sequer viver o sofrimento da disputa na marca do pênalti.
Durante todo o primeiro tempo finalizou apenas uma vez, a do gol de Bruno Henrique, para depois se deixar dominar pelo time do clube que gasta por mês, com o elenco inteiro, o mesmo que a Gávea paga para quatro de suas estrelas.
A bola não entra por acaso ensinava a bíblia catalã de tempos atrás e que nem o Barcelona foi capaz de seguir à risca, muito ao contrário.
Dinheiro na mão é vendaval, ensina o vascaíno Paulinho da Viola, muito mais sábio.
A moeda que corre farta no Flamengo acabou por produzir ambiente pouco competitivo, de humores mais para gangorras que para pódios, capaz até de ganhar copas no automático quando o rival é inferior, mas, também, de virar o copo mais vazio da temporada.
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