A informação presente em embalagens de alimentos não é uma simples rotina. A rotulagem de “Contém glúten”, obrigatória por resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há pouco mais de ano e meio, previne graves danos à saúde.

O glúten, quando ingerido por portadores de doença celíaca, costuma provocar, poucas horas depois, desconforto abdominal, gases e diarreia, em adultos e crianças.

Como também pode se apresentar multiforme, o diagnóstico da doença é um desafio. Principalmente em crianças, é frequente a hipótese de diferentes causas, exceto a sensibilidade ao glúten.

Como refere a médica Gracinda Nogueira Oliveira em artigo da revista Arquivos de Gastroenterologia, cerca de 90% dos casos permanecem sem diagnóstico devido às suas diferentes manifestações clínicas. Nos EUA e Europa, sua prevalência varia de 1:300 a 1:500; no Reino Unido, é estimada em 1:100.

A história familiar relacionada à doença foi positiva em 24% de crianças internadas no Royal Manchester Children’s Hospital (Reino Unido), um hospital de pediatria.  

Em um total de 159 pacientes com idade de 1 a 17 anos internados, a apresentação clássica da doença intestinal foi de 60% e a forma subclínica de 10%. Cerca de 23% das crianças apresentavam anemia e 62% deficiência de vitamina D.

Um ano após o tratamento (suspensão da ingestão de alimentos contendo glúten após confirmação da doença por exames), todos os pequenos pacientes apresentaram aumento de peso e de altura.