Julio Abramczyk

Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).

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Julio Abramczyk

O pré-natal da gestante que ajuda o pai

Homens presentes nas consultas de suas companheiras ficaram mais cuidadosos com sua própria saúde

Neste mês, que ganhou a alcunha de "Novembro Azul" para chamar a atenção para os cuidados com a saúde masculina, o Ministério da Saúde divulgou que 8 de cada 10 homens presentes nas consultas de pré-natal de suas companheiras gestantes ficaram mais cuidadosos com sua própria saúde.

Na pesquisa foram realizadas 37.322 entrevistas com pais que acompanharam o pré-natal, o parto e o pós-parto no SUS (Sistema Único de Saúde) em 2015.

Participante de corrida do Novembro Azul, para aumentar conscientização sobre saúde masculina, em Vancouver
Participante de corrida do Novembro Azul, para aumentar conscientização sobre saúde masculina, em Vancouver - Xinhua/Liang Sen

Dentre os entrevistados, 34% afirmaram não ter o hábito de ir em estabelecimentos de saúde. Desse total, 44% informaram que o desinteresse é motivado por nunca ter precisado ou porque não gostam de hospital.

A presença do parceiro da gestante na consulta também se destaca para o controle dos casos de sífilis congênita, que é transmitida para o bebê na gestação.

Detectada a doença pelos exames na primeira consulta do pré-natal e após o tratamento e a cura da infecção na gestante, pode ocorrer reinfecção através do parceiro que não sabe que é portador do agente infeccioso, o Treponema pallidum.

Por esse motivo, nos Estados Unidos o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) recomenda para mulheres de alto risco para a sífilis, além do primeiro teste, mais dois exames, no terceiro trimestre da gravidez e no parto.

No estado de São Paulo, referem Ana Laura Becker Andrade e colaboradores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) na Revista Paulista de Pediatria, em 2015 a taxa de incidência de sífilis congênita em menores de um ano foi de 5,9 casos em cada mil nascidos vivos.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa do CDC mostra que uma em cada três mulheres que tiveram bebê portador de sífilis em 2016 fez o teste para a infecção durante a gravidez. 

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