Leandro Colon

Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Leandro Colon

No alto do pódio

Três gestos recentes confirmam que a Covid-19 não é um problema urgente para Bolsonaro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Cairá em desilusão quem tem um pontinha de esperança de que o governo de Jair Bolsonaro tomará enfim as rédeas do combate à pandemia do Covid-19. O Palácio do Planalto tem outras prioridades.

Ao mesmo tempo estados e municípios afrouxam as regras de quarentena, estimulando bizarras filas em shoppings e aglomerações em comércios e praias. A receita para o desastre está posta, com danos irreversíveis. Sem qualquer justificativa plausível, abandona-se uma política (já precária) de isolamento social.

Os alunos são liberados para o recreio sem que a lição de casa tenha sido feita por todos da escola —a começar por quem manda nela.

E o que faz o presidente da República, a principal autoridade política? Estimula, com transmissão em rede social, a população a invadir hospitais para verificar a ocupação de leitos.

A fatura do caos já chegou: os números de mortos disparam e o Brasil escala com rapidez no ranking dos piores índices do planeta.

Três gestos recentes confirmam que a Covid-19 não é um problema urgente para o presidente Bolsonaro, embora seja um problema dele.

O primeiro foi a medida provisória que permitia ao ministro Abraham Weintraub (Educação) nomear reitores durante a pandemia.

Humilhado pelo Congresso, que devolveu a MP, o governo baixou a cabeça e revogou a proposta.

O presidente ainda anunciou a recriação do então finado Ministério das Comunicações, sem justificativa de relevância para tanto, e entregou a pasta a um deputado do PSD, legenda do sedento centrão.

Na sexta (12), Jair Bolsonaro divulgou uma nota patética e atrevida afirmando que as Forças Armadas não aceitam tomada de poder por “julgamentos políticos”.

Naquele mesmo dia, o país ultrapassou o Reino Unido, tornando-se, com mais de 41 mil óbitos, o segundo com mais mortes por Covid no mundo.

Estamos, por ora, distantes dos EUA, o primeiro colocado, mas o governo nada fará para impedir a conquista do ponto mais alto do pódio.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.