Marcia Dessen

Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.

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Descrição de chapéu Folhainvest

Oscilação de preços na renda fixa

O valor dos títulos de renda fixa não é fixo entre a data de compra e o vencimento

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Um título de renda fixa representa uma operação de crédito entre duas partes. Em uma ponta, o investidor, disposto a emprestar dinheiro por um prazo e remuneração previamente negociados.

Na outra ponta, o tomador dos recursos emite um título que representa sua dívida perante o investidor, a promessa de devolver o capital acrescido dos juros na data do vencimento.

Assim, o principal risco do investidor é o risco de crédito, garantido pelo FGC no caso de títulos emitidos por instituição financeira, como abordei em "O risco de crédito na renda fixa".

Cofre no formato de porquinho
Cofre no formato de porquinho - Eduardo Knapp/Folhapress

E esse pode ser o único risco de quem investe com a intenção de manter o título até o vencimento. Nesse caso, o investidor sabe exatamente quando e quanto vai ganhar, e o nome "renda fixa" se aplica perfeitamente.

Entretanto, se o investidor precisar de liquidez e quiser vender o título antes do vencimento, estará exposto ao risco de mercado, ou seja, oscilação do preço, que pode subir ou cair dependendo do prazo e da taxa que corrige a operação. É quando ele descobre que nem tudo é fixo na renda fixa.

O investidor escolhe como deseja remunerar seu capital. A opção mais conservadora, adequada para os que precisam de liquidez e não querem se expor ao risco de mercado, é a taxa pós-fixada, que acompanha a variação da Selic ou CDI. É denominada dessa forma porque o investidor só conhece a rentabilidade, em termos absolutos, no resgate da operação.

O atributo da liquidez é inerente a alguns títulos, como a Letra Financeira do Tesouro (ou Tesouro Selic) e o CDB DI; o investidor pode resgatar a qualquer momento, sem susto. A LCI e LCA, por exemplo, exigem carência. Outros, como debêntures, CRI e CRA, estão expostos ao risco de mercado.

O investidor que opta por títulos de taxa prefixada ou atrelados a índices de inflação sabe quanto vai ganhar no vencimento. A revenda antes do prazo expõe o investidor ao risco de mercado.

A taxa prefixada, negociada no dia da compra, está condicionada à permanência do capital até o vencimento. Quem compra um Tesouro Prefixado ou CDB a 10% ao ano, por exemplo, vencimento 1.jan.26, receberá nessa data o capital corrigido pela taxa contratada.

O investidor que vende o título antecipadamente quebra essa condição e se submete a aceitar o preço ditado pelo mercado, que pode gerar rentabilidade maior ou menor do que a negociada.
"Posso perder dinheiro, vender por menos do que investi?"

Sim. Se a taxa de juros subir para 12% ao ano, por exemplo, essa será a rentabilidade exigida pelo novo investidor. O valor de resgate do título será descontado pela nova taxa, pelo prazo a decorrer até o vencimento.

Quando a taxa de revenda (12%) for maior do que a inicialmente contratada (10%), a rentabilidade do prazo decorrido pode ser negativa ou menor do que a prevista. Quanto mais longo for o prazo a decorrer, maior será o risco.

O mesmo conceito se aplica aos títulos que pagam IPCA mais uma taxa prefixada de juros. A variação do IPCA será sempre positiva, mas o componente prefixado pode provocar importante alteração no valor do título antes do vencimento, especialmente nos títulos mais longos.

Como o investidor protege seu capital? No caso do risco de crédito, diversificando os emissores e investindo em títulos garantidos pelo FGC. No caso do risco de mercado, optando por títulos mais curtos e diversificando os tipos de taxas. O risco de liquidez, mantendo parte do capital em ativos líquidos de taxa pós-fixada.

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