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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Relação entre dívida e resultado de empresas melhora

Porcentagem de companhias com Ebitda inferior a despesas financeiras caiu ao patamar de 2014

Maria Cristina Frias

A relação entre resultado operacional e a dívida das empresas melhorou em 2018, aponta um levantamento da consultoria Alvarez & Marsal com 324 companhias abertas.

O fator que influenciou positivamente foram os resultados de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, deduções e amortizações), afirma Eduardo Sampaio, diretor da Alvarez & Marsal.

O fator que influenciou positivamente, segundo o levantamento, foram os resultados de Ebitda - João Wainer - 29.nov.10/Folhapress

“Houve um foco em melhorias de eficiência e austeridade nas companhias para controlar os gastos operacionais.”

A Fipe tem um índice que mostra os desempenhos das empresas e os compara com o quanto é gasto com o serviço da dívida —ou seja, os pagamentos de juros.

A porcentagem de companhias com Ebitda inferior a despesas financeiras caiu. A proporção está a um nível semelhante ao de 2014, diz Carlos Antonio Rocca, economista responsável pelo estudo.

“Muitas companhias abertas emitiram debêntures, e por isso houve redução de valores de juros. Empresas fechadas, geralmente alavancadas com empréstimos bancários, não foram beneficiadas.”

Nem todos os indicadores de dívida e desempenho apontam melhora. A consultoria Economática calcula a relação entre resultado operacional e dívida líquida (ou seja, quanto a empresa deve menos o dinheiro que tem em caixa).

No fim do ano passado, a empresa na mediana do ranking usaria 1,03 vezes o seu Ebitda para quitar seus compromissos financeiros. Agora, esse índice é de 1,27.

De maneira geral, houve melhora de receita e resultado operacional, diz Berenice Damke, professora do Insper.

“Pode ter havido mudanças para empresas que usam matéria-prima cotada em dólar, mas na média, a relação entre resultados e dívida melhorou.”

 

Indústria do couro pressiona governo a voltar atrás em corte de incentivo

A indústria de couros pressiona o governo a rever a redução da alíquota do Reintegra, programa que devolve parte dos impostos cobrados de exportadores, de 2% para 0,1%.

A medida, tomada por Temer em maio para compensar perdas de arrecadação com o corte de impostos sobre o diesel, afeta diretamente o segmento, que exporta 83% de sua produção.

“Entendemos que a regra não deveria ser aplicada agora e sim no próximo ano ou 90 dias após a decisão”, diz o presidente da CIBC (centro da indústria de curtumes), José Fernando Bello.

“As margens já são apertadas pela queda do preço internacional do couro e pelo tabelamento do frete. Se nada mudar, haverá demissões”. As empresas do segmento já haviam começado a demitir. Em maio, fecharam 172 vagas.

“A rentabilidade média dos curtumes é de 5%. Só essa medida sobre o custo em 3%”, diz Gilmar Harth, CEO da Couros Bom Retiro, que opera em três estados e emprega 1.100.

No caso do frete, o tabelamento faz com que companhias cogitem verticalizar o transporte. “Estávamos em um processo de venda da frota e o suspendemos”, afirma Harth.

 

Fazenda de sol

A Orion, empresa de fornecimento de energia a clientes de baixa tensão, vai construir quatro fazendas de geração solar, segundo o diretor-executivo, Otone Zamberlan.

Os projetos consistem em painéis fotovoltaicos alugados para empresas como supermercados e shoppings.

“Iniciamos a construção da nossa primeira usina, no Mato Grosso. Ela demandará R$ 20 milhões e será entregue até dezembro deste ano.”

As demais fazendas exigirão aportes maiores porque terão uma área reservada para futuros leilões federais. A próxima, em Goiás, cujas obras se iniciam em 2019, exigirá ao menos R$ 200 milhões. 

“O plano prevê capacidade para gerar 300 MW até 2022 e um investimento de R$ 1,2 bilhão”, diz Zamberlan.
As outras duas usinas ficarão na Bahia e no Maranhão. Todos os terrenos já foram comprados e o capital provém do grupo de private equity DMI, controlador da Orion.

US$ 600 milhões
(R$ 2,3 bilhões) é o volume sob gestão do grupo DMI

 

Bolão executivo

Claudia Vásquez
presidente da CA Technologies na América Latina

Retrato da executiva Claudia Vásquez
Claudia Vásquez, presidente da CA Technologies na América Latina - Divulgação

A Colômbia deverá se preparar para um jogo desgastante contra o Senegal nesta quinta (28), diz a colombiana Claudia Vásquez, presidente da multinacional de tecnologia CA Technologies na América Latina.

Para a torcedora do Millonarios, o time colombiano vai vencer a partida por 2 a 1, com gols do atacante Radamel Falcao García e do meia Juan Fernando Quintero.

“Tenho esperanças de que a final seja entre Brasil e Colômbia e que meu país vença esta Copa por 2 a 1”, afirma.

Tendo o Brasil como seu maior mercado na região, a companhia pretende ampliar sua presença na prestação de serviços ao setor privado local.

Ficha técnica

País: Colômbia
PIB: R$ 1,198 trilhão*
Inflação em 2017: 4,09%
Desemprego em abr.18: 9,5%
 *em 2017, estimativa no câmbio atual

 

Capital australiano

Empresas australianas investiram US$ 3,6 bilhões (R$ 13,9 bilhões) em 2017 no Brasil, quase 10% a mais que em 2016, segundo a Austrade (ligada ao governo australiano).

O montante inclui aportes em equipamentos, infraestrutura e empresas.

A tendência é que o valor seja maior em 2018, mesmo com os episódios de turbulência política no país e a instabilidade no comércio exterior, diz Greg Wallis, cônsul-geral da Austrália no Brasil e representante da Austrade.

“Os investimentos estão concentrados principalmente nos setores de ferro e petróleo, mas também há movimentos em logística, agronegócio e manufatura,” diz ele.

O Brasil é o maior alvo dos aportes australianos na América Latina e o 15º maior mercado no exterior.

“É uma colocação muito relevante ao considerar que estamos na região asiática e temos muitos parceiros grandes próximos”, afirma Wallis.

 

Desconfiança... A confiança do empresário do comércio recuou 3,5% em maio, influenciada pela greve dos caminhoneiros, segundo a CNC (confederação do comércio). É a maior queda desde agosto de 2015.

...momentânea A maior preocupação dos entrevistados foi com a economia. Para 62,3% deles, o cenário piorou no mês. Apesar disso, a entidade avalia que a redução no indicador é momentânea e que poderá haver alta em junho.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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