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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Atrás de outras filiais, P&G brasileira quer se descolar de câmbio para crescer mais

Vendas globais da empresa subiram 3%, menos que o previsto inicialmente

Maria Cristina Frias

O resultado da operação brasileira da Procter & Gamble em seu último ano fiscal, que terminou em julho, ficou abaixo do desempenho global da marca, segundo a presidente da companhia no país, Juliana Azevedo.

O período terminou melhor do que começou, mesmo com a paralisação dos caminhoneiros em maio e a oscilação do dólar, que baliza o preço da maioria das matérias-primas, diz Azevedo, primeira mulher à frente da empresa no país.

“O Brasil é o terceiro mercado no tamanho das categorias de produto em que atuamos, mas nossa participação é pequena”, afirma a executiva.

“Somos responsáveis por entregar resultados bons independentemente do câmbio. Temos que ter mais eficiência ou mais vendas, mas sem artifícios financeiros [como proteções contra exposição cambial].”

As vendas da empresa no mundo subiram 3%, menos que as projeções iniciais do mercado. O faturamento no Brasil não é divulgado.

O principal objetivo da operação local é crescer em todas as categorias de produto. A matriz da P&G anunciou em julho que elevará seus preços. A medida será seguida, mas de forma mais branda, diz Azevedo.

“Não é um momento em que o consumidor aceitará grandes reajustes na mesma proporção do ganho de inovação. Temos de ter outras alternativas.”

Outra ação será incrementar o portfólio. A empresa não tem planos de trazer novas linhas de produto para o país agora, mas planeja lançar novos itens ou matérias-primas a partir de seu novo centro de pesquisa.

Localizado em Louveira (SP), será inaugurado até dezembro e recebeu aporte de R$ 150 milhões.

3.200
são os funcionários no Brasil

US$ 66,8 bilhões
(R$ 256 bi hoje) foi a receita líquida último ano fiscal

 

Empregos de jaleco

O nível de emprego no setor de saúde em São Paulo cresceu 2,3% no primeiro semestre deste ano, mesma taxa registrada nacionalmente, segundo a Fehoesp (federação paulista de hospitais) e a consultoria Websetorial.

Foram cerca de 16 mil vagas criadas no período no estado e 50 mil no Brasil, afirma Luiz Fernando Ferrari, diretor da entidade.

A projeção é que o ritmo observado até aqui se mantenha no segundo semestre, mesmo com as eleições, diz ele. “Prevíamos 100 mil empregos a mais neste ano no país, o que deverá se concretizar.”

 

Pronto-socorro em obras

O Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (PR), investirá R$ 40 milhões em infraestrutura e pesquisa nos próximos dois anos.

O aporte irá para a ampliação da capacidade do pronto-socorro e da unidade de dor torácica, além da construção de uma ala de reabilitação neurológica. A obra acrescentará 80 leitos aos atuais 406.

Cerca de 30% do montante vêm da sociedade gestora do hospital, 60% de renúncia fiscal e o restante de emendas parlamentares.

Aproximadamente R$ 10 milhões serão aplicados ainda em 2018; outros R$ 15 milhões em 2019 e o restante em 2020.

Mais de 90% dos atendimentos são feitos pelo SUS.

“Nosso foco são pacientes de alta complexidade. O SUS paga relativamente bem por esses tratamentos, por isso mantemos o equilíbrio financeiro”, diz Bernardo Caron, diretor administrativo.

 

Portabilidade no escuro

Apesar de a portabilidade de planos de saúde ser regulada, nem a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) nem as seguradoras dispõe de dados sobre o número de pacientes que realiza o procedimento.

A possibilidade de o usuário fazer a migração sem precisar cumprir a carência —prazo em que o contratante paga mensalidade sem poder usufruir de alguns serviços— de um novo contrato foi instituída pelo órgão em 2009.

A agência, porém, só coleta dados de ingresso e saída de pacientes dos contratos. A Abramge (associação dos planos) também “não acompanha a movimentação de portabilidade entre os usuários”, diz a entidade.

“As operadoras não estão obrigadas a fornecer essas informações, mas a exigência poderia ser incluída em resolução da própria ANS. São dados importantes de se monitorar”, diz Renato Poltronieri, sócio do Demarest.

A transferência pode ser requerida por quem tem contrato ativo há ao menos dois anos. Há uma janela para fazer o pedido: 120 dias a partir do início do mês de aniversário do plano.

 

Para... O grupo Nutrition Innovation vai aportar US$ 8 milhões (R$ 31,75 milhões) nos próximos dois anos para exportar um tipo de açúcar com menor índice glicêmico a partir do Brasil.

...adoçar A empresa faz parcerias e fornece a tecnologia a produtores. No Brasil serão, a princípio, o grupo Virgolino de Oliveira e a Enerfo. A primeira operação industrial foi iniciada na Austrália.

Adesão A rede Farmácias Associadas chegou neste mês ao Mato Grosso do Sul, com a associação de 32 comerciantes do estado à marca. A projeção é que 50 drogarias adotem a bandeira até o fim deste ano.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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