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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Novo texto da Receita sobre anistia de valores gera celeuma, dizem advogados

Órgão deverá exigir provas de que maiores montantes repatriados tinham origem lícita

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São Paulo

A Receita não tem fiscais suficientes para analisar documentos das 27 mil pessoas que regularizaram recursos mantidos no exterior nos programas de anistia de 2016 e 2017, segundo tributaristas.

O órgão deverá, no entanto, exigir provas de que o dinheiro tinha origem lícita dos donos dos maiores valores.

Em dezembro do ano passado, a Receita publicou uma nova versão do documento de perguntas e respostas sobre a repatriação.

Fachada do prédio da Receita Federal em Brasília
Receita Federal não tem fiscais suficientes para analisar documentos dos 27 mil indivíduos que regularizaram recursos mantidos fora do país - Sergio Lima/Folhapress

No primeiro texto, o contribuinte só precisava declarar que o dinheiro tinha origem lícita, segundo Fabio Wagner, sócio do escritório BRGV.

“A nova versão determina que a desobrigação de comprovação se referia só ao momento de transmissão da declaração, e a Receita diz agora que tem prazo de cinco anos para exigir documentos.”

A mudança causou celeuma, segundo Tiago Dockhorn, do Machado Meyer. “Tenho dito a clientes que há argumentos jurídicos para sustentar que a alteração não é válida.”

Para a Receita, seria “desarrazoado” solicitar que os documentos comprobatórios fossem entregues no momento da declaração, mas cabe a ela verificar o cumprimento das operações.

“Há quem imagine que não deva apresentar qualquer fato ou minimamente elementos indiciários que sustentem a declaração feita quando da sua entrega”, afirma em nota.

“Certamente esse não é o entendimento que deve prevalecer, sob pena de, com mera declaração do contribuinte, a regularização poder alcançar recursos de origem ilícita, definitivamente algo fora do escopo da norma legal.”

 

Reorganização paulista

A CNU (Central Nacional Unimed), maior cooperativa da rede de operadoras de saúde, vai incorporar cerca de 110 mil beneficiários da Fesp Unimed, que reúne entidades paulistas do sistema.

A transferência ocorrerá a partir do próximo dia 1º.

Não se trata de uma aquisição de carteira, mas, sim, de uma reorganização: clientes da região metropolitana de São Paulo e do ABC passarão a ser atendidos apenas pela CNU, de acordo com o presidente Alexandre Ruschi.

“Buscamos um ganho de eficiência. Temos um faturamento anual de R$ 5,5 bilhões e essa operação deverá representar um aumento de receita bruta em torno de R$ 1 bilhão”, diz ele.

O plano de saúde planeja investir aproximadamente R$ 50 milhões em 2019 em novas tecnologias e sistemas para reduzir custos, afirma Ruschi.

A Fesp, que atende 500 mil beneficiários, será responsável apenas por clientes do interior do estado, de cerca de 77 cooperativas, segundo Omar Abujamra, presidente da federação.

1,7 milhão
é o número aproximado de beneficiários da CNU após a reorganização com a Fesp

R$ 2,8 bilhões
é o faturamento anual da Fesp Unimed

 

Demanda espacial

A empresa de espaços compartilhados WeWork alugou um prédio inteiro de cerca de 16 mil m² na região da marginal Pinheiros, zona sul de São Paulo, segundo consultores especializados no mercado imobiliário corporativo.

O edifício ainda está em reforma. A WeWork não confirma a transação.

No Brasil desde julho de 2017, quando abriu seu primeiro escritório com cerca de 4 mil m², a companhia tem hoje cerca de 140 mil m², afirma o diretor geral, Lucas Mendes de Freitas Teixeira.

“O plano é continuar nessa linha de expansão: queremos mais que duplicar em 2019.”

A meta é ter cerca de 300 mil m² em sua guarda.

Há diferentes modelos de negócios. Parte dos espaços são alugados pela WeWork, outra porção é feita com compartilhamento de receita com proprietários.

Eles ainda coordenam escritórios de terceiros, sem a marca da empresa.

 

Férias no canteiro

O nível de emprego na construção civil caiu 0,61% no último mês de novembro, na comparação com outubro, segundo o Sinduscon-SP (sindicato paulista do setor) e a Fundação Getulio Vargas.

Quedas são comuns no fim do ano, quando há menor atividade, de acordo com Eduardo Zaidan, vice-presidente da área econômica da entidade.

Sem considerar efeitos sazonais, houve estabilidade, com variação positiva de 0,12%.

Sinais de retomada deverão começar a aparecer em janeiro, mas um crescimento mais significativo só é esperado no segundo semestre, diz ele.

“Os seis primeiros meses serão de arrumação na casa para o governo. Pode haver melhoria no ambiente de negócios e, então, mais lançamento de imóveis.”

A área de infraestrutura foi a que registrou maior retração no emprego em novembro, de 1,62%. Obras de instalação tiveram a maior alta (0,89%).

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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