Há mais de uma década, um antropólogo de 58 anos me contou que teve, no Japão, “a melhor experiência sexual de toda a vida”. Disse que foi a primeira vez que realizou suas fantasias e que nunca havia imaginado que poderia sentir tanto tesão por meio de uma máquina. “Muito em breve, todo mundo vai fazer sexo assim”.
Ele afirmou que, no futuro, nossos netos irão dizer: “Nossa, como eles eram atrasados. Para ter algum tipo de prazer sexual precisavam fingir, mentir, trair, correr riscos, pegar doenças, fazer sacrifícios. Nossas avós estavam sempre insatisfeitas e fingiam orgasmos. Nossos avôs acreditavam em gemidos fakes e em orgasmos múltiplos. Como eram primitivos. Disgusting!”
Brinquei que, caso tivesse acesso à mesma tecnologia, iria projetar a voz do Brad Pitt sussurrando no meu ouvido esquerdo: “Mirian, eu te amo, você é a mulher mais linda do mundo”, e no ouvido direito a de Angelina Jolie: ”‘Mirian, não ligue para o Brad, eu te amo, você é a mulher mais sexy do planeta”. Em inglês, of course!
Além de ver e ouvir o casal, eu poderia sentir no corpo, por meio de eletrodos, os dois fazendo tudo para conquistar a mulher mais linda e sexy do mundo que, lógico, seria eu.
Se cansasse de Brangelina, poderia projetar situações com Tim Robbins e Susan Sarandon, Jeff Bridges e Michelle Pfeiffer, Vicent Cassel e Monica Bellucci... Sexo seguro, diversificado e prazeroso, pois eles realizariam todas as minhas fantasias, sem qualquer reclamação ou DR.
Cada vez mais presente na vida dos brasileiros, o sexo virtual pode não ser o fim do sexo, mas é uma transformação radical dos desejos e prazeres que experimentamos até agora. Não é mais uma ficção científica, pois já é uma opção de incontáveis homens e mulheres que têm buscado no ciberespaço a satisfação que não conseguem encontrar com seus parceiros no mundo real. Você já experimentou?
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