Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Laboratórios identificam ossada de Perus depois de 27 anos

Laudo identifica uma das 1.047 ossadas encontradas em uma vala clandestina

 
 
Ossadas de presos políticos desaparecidos no cemitério Dom Bosco, em Perus.
Ossadas de presos políticos desaparecidos no cemitério Dom Bosco, em Perus. - Matuiti Mayezo/Folhapress

A Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos recebeu um laudo que identifica, depois de quase 30 anos, uma das 1.047 ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério de Perus, em São Paulo, nos anos 1990.

O exame foi feito por um laboratório da Bósnia, e seu resultado foi enviado ao Brasil há alguns dias. Ele revelava a compatibilidade genética dos ossos com o sangue de familiares do desaparecido político.

Com base nisso, foi feita a comparação entre o esqueleto e as características físicas do indivíduo buscado.

O nome da pessoa até então dada como desaparecida ainda não foi revelado.

A notícia é um marco no esforço do Grupo de Trabalho Perus, coordenado pela comissão desde 2014 e que tenta identificar os corpos de desaparecidos políticos enterrados clandestinamente no local.

A vala foi aberta em setembro de 1990, no cemitério Dom Bosco, na zona norte de São Paulo.

Pouco depois da descoberta, duas ossadas foram identificadas. Em 2005, o mesmo ocorreu com uma terceira.

Desde então, as demais passaram por três universidades e chegaram a ficar depositadas por 15 anos no Cemitério do Araçá.

Em 2014, elas foram levadas à Unifesp, que encaminhou o material para o Centro de Antropologia Forense da instituição, onde o grupo de trabalho começou a fazer as análises laboratoriais.

A falta de recursos impediu que as identificações avançassem num ritmo mais acelerado.

As ossadas, ao chegarem ao centro de antropologia, estavam em 700 caixas que foram abertas.

Os ossos foram separados e limpos e cada esqueleto foi remontado.

Destes, cem foram escolhidos para serem enviados à International  Commission on  Missing Persons (ICMP), na Bósnia, que acaba de identificar a primeira delas.

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