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'Vamos todos tomar no...', canta Zé Celso para Fernando Holiday

O vereador discutiu projeto de parque com membros do Teatro Oficina e moradores do Bexiga

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Atendendo a um pedido de Eduardo Suplicy (PT), o vereador Fernando Holiday (DEM), membro do Movimento Brasil Livre, recebeu na quarta (6), em seu gabinete, o diretor do Teatro Oficina, Zé Celso, outros integrantes da companhia e moradores do bairro do Bexiga.

 

 

O grupo havia ido à Câmara para pressionar pela aprovação do projeto que cria um parque no terreno de Silvio Santos onde o apresentador quer construir torres residenciais. O Teatro Oficina, vizinho ao local, se opõe ao projeto há décadas. O prédio da companhia é tombado.

 

Holiday tem obstruído a votação do projeto no plenário, argumentando que a proposta deve antes passar em todas as comissões da casa. E descreveu na tribuna, para argumentar contra a ideia, a cena de uma peça do Teatro Oficina que considera imoral, em que um ator introduz um dedo no ânus de outro.

 

A coluna teve acesso a um vídeo da reunião na íntegra.

 

Cena de Zé Celso durante o encontro
Cena de Zé Celso durante o encontro - Teatro Oficina

Zé Celso abre o encontro dizendo que “a moral é uma coisa muito relativa”. E recita uma versão do “Soneto do Olho do Cu”, de Rimbaud e Verlaine, que aparece na cena descrita por Holiday: “Humilde / Com pregas / Úmido ainda do amor / cravo roxo / Sempre caí de boca e língua nessa ventosa”. Termina: “Vamos todos tomar no cu”, entoando um canto. Os membros do Oficina acompanham.

 

Cena de Fernando Holiday durante o encontro
Cena de Fernando Holiday durante o encontro - Teatro Oficina

Holiday o escuta até que o dramaturgo afirma que a visão de mundo do vereador é “o fascismo, o nazismo, uma coisa inclusive racista”. O parlamentar então interrompe Zé Celso. E enumera seus argumentos contra o parque: a prefeitura não teria dinheiro para criá-lo, teria prioridades maiores, e o projeto relativizaria o direito à propriedade privada.

 

A confusão toma o gabinete quando um dos assessores de Holiday relaciona a proposta com a disseminação de “uma atividade cultural com a qual a gente não concorda”. “A gente tá falando do parque, não do Teatro Oficina”, diz alguém. “As discussões se entrelaçam”, responde o vereador. “Estamos diante de uma situação de censura”, afirma uma integrante da companhia.

 

A discussão chega a causar tensão entre componentes do Oficina e um morador do bairro, que pede que o debate se concentre no parque e na região. Uma atriz diz que o tema do conteúdo do teatro foi levantado pelo vereador.

 

A reunião termina sem conclusão. Suplicy agradece a Holiday pelo encontro. E os membros do Teatro Oficina saem, cantando.

Leia a coluna completa aqui.

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