“Meu corpo é analfabeto!”, brada o ator Eber Inácio, 50, ao concluir uma poesia sobre o abecedário. E então ele abaixa a calça e fica pelado na frente da lareira acesa na casa do empresário e príncipe dom João Henrique de Orleans e Bragança, o príncipe Joãozinho, trineto de dom Pedro 2º, e de sua mulher, a artista Claudia Melli.
Outra performance do sarau organizado no sábado (28) pelo casal em Paraty para convidados da Flip foi “Mulher Cavala”, de Betina Kopp. “A minha mulher cavala é a minha cara à tapa. E ela só quer seguir. Montar e ser montada. Livre, leve, firme e forte”, recita a atriz ao som da música eletrônica de seu celular. Depois, saltita entre os presentes —como se cavalgasse.
A noite reuniu cerca de 40 convidados, como o escritor Simon Sebag Montefiore, as chefs Lauretta da Martinica e Zazá Piereck e o cônsul de Portugal Jaime Leitão.
O príncipe Joãozinho, 64, falou à coluna sobre a possibilidade de seu primo Luiz Philippe de Orleans e Bragança ser vice na chapa do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL).
“Nossa família tem uma tradição de tolerância —Dom Pedro 1º, Pedro 2º, a princesa Isabel. É uma tradição de liberdade, de respeito às minorias, à diversidade.
Nossa posição, e a de qualquer família real no mundo, hoje, é de suprapartidarismo.
O Luiz Philippe destoa dessa posição. Primeiro, participando da política partidária [ele se filiou ao PSL e fundou o movimento antipetista Acorda Brasil]. Segundo, ele escolhe um candidato absolutamente intolerante. [Bolsonaro] é uma figura perigosa para o Brasil. Faz Trump parecer um menino bonzinho!
Veja os EUA, a maior democracia do mundo: quem imaginaria chegar uma figura patética como o Trump? É a decadência da política.
É uma pena que alguém, numa família como a nossa, com tanta dedicação ao país, possa firmar uma aliança com alguém tão agressivo. Prejudica [a imagem do clã]. Sem dúvida. É triste para nós. E para o Brasil. Espero [que a chapa] não se concretize. Que ele [Luiz Philippe] reflita.
Sou aberto a todas as ideologias. E profundamente parlamentarista. É infinitamente melhor que o nosso sistema. [Nele] o presidente —ou o rei, nas monarquias— são chefes de Estado. Eles não têm atribuição de governo. Essa é a vantagem. Você ter uma figura que representa só o Estado.
As pessoas acham que o rei é uma coisa do passado. Não. No parlamentarismo ele tem o mesmo poder e as mesmas atribuições de um presidente.
Em qualquer país democrático você precisa ter um símbolo nacional que representa a nação, acima dos partidos. No Brasil, o governo e o Estado estão na mesma figura. É errado. São coisas separadas. Com interesses separados. Para representar uma nação, você tem que ter algum grau de respeito, de conduta. Do que fala, do que faz. E falta respeito ao Brasil.”
Leia a coluna completa aqui.
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