A boate paulistana Love Story, conhecida como "a casa de todas as casas", entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial. O clube noturno, situado na rua Araújo, no centro da capital paulista, atualmente acumula dívidas que somam cerca de R$ 1,7 milhão.
O documento foi protocolado na Justiça na segunda (6). A petição aponta como motivo para a medida consequências decorrentes da "forte crise financeira que aflige o Brasil nos últimos anos".
"O maior endividamento nas finanças pessoais dos brasileiros acarreta na redução de suas despesas, priorizando sua renda para a manutenção da própria subsistência e de sua família, evitando gastos com o lazer e o entretenimento", argumenta o escritório Merlino Advogados, responsável pela ação.
Segundo o texto, o faturamento anual da casa vem caindo desde 2015, quando registrou R$ 4.446.752,45. Em 2016, o total arrecadado foi de R$ 4.232.270,81. Em 2017, de R$ 2.959.736.
"No período entre janeiro e julho de 2018, o faturamento foi de R$ R$ 1.915.504,79, que, na média, se mostra maior que o montante faturado no mesmo período em 2017. Contudo, a recuperação do faturamento ainda não foi suficiente para sanar o passivo e endividamento gerado pelo baixo movimento no ano de 2017", diz o documento, que também contabiliza queda no público --atualmente de cerca de 200 pessoas por noite. A Love Story, que funciona de terça a sábado a partir das 23h, tem capacidade para 500 pessoas.
Com isso, diz o representante da casa, "foi necessário adotar medidas para a redução dos custos diretos com a diminuição do quadro de funcionários que se mostravam ociosos, fechando nos últimos 18 meses 30 postos de trabalho, aproximadamente."
"Mesmo após o pagamento das verbas rescisórias decorrentes do fechamento dos postos de trabalho, dezenas de ex-colaboradores ingressaram com reclamações trabalhistas insurgindo aumentando significativamente o passivo da empresa, que se viu obrigada a recorrer a empréstimos bancários para sanar seu caixa", argumenta o advogado.
"Sabidamente, as danceterias e casas noturnas que são destinadas ao público adulto são as primeiras a sofrer com a diminuição dos clientes e frequentadores, que passam a buscar atividades de entretenimento mais econômicas ou simplesmente deixam de frequentar as casas noturnas nos períodos de crise."
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