Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Boate Love Story entra na Justiça com pedido de recuperação judicial

Conhecido como "a casa de todas as casas", clube noturno apontou como motivo decorrências "da forte crise financeira"

Garotas dançam na Boate Love Story, no centro de São Paulo
Boate Love Story, no centro de São Paulo - Avener Prado/Folhapress

A boate paulistana Love Story, conhecida como "a casa de todas as casas", entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial. O clube noturno, situado na rua Araújo, no centro da capital paulista, atualmente acumula dívidas que somam cerca de R$ 1,7 milhão. 

O documento foi protocolado na Justiça na segunda (6). A petição aponta como motivo para a medida consequências decorrentes da "forte crise financeira que aflige o Brasil nos últimos anos". 

"O maior endividamento nas finanças pessoais dos brasileiros acarreta na redução de suas despesas, priorizando sua renda para a manutenção da própria subsistência e de sua família, evitando gastos com o lazer e o entretenimento", argumenta o escritório Merlino Advogados, responsável pela ação. 

Segundo o texto, o faturamento anual da casa vem caindo desde 2015, quando registrou R$ 4.446.752,45. Em 2016, o total arrecadado foi de R$ 4.232.270,81. Em 2017, de R$ 2.959.736. 

"No período entre janeiro e julho de 2018, o faturamento foi de R$ R$ 1.915.504,79, que, na média, se mostra maior que o montante faturado no mesmo período em 2017. Contudo, a recuperação do faturamento ainda não foi suficiente para sanar o passivo e endividamento gerado pelo baixo movimento no ano de 2017", diz o documento, que também contabiliza queda no público --atualmente de cerca de 200 pessoas por noite. A Love Story, que funciona de terça a sábado a partir das 23h, tem capacidade para 500 pessoas. 

Com isso, diz o representante da casa, "foi necessário adotar medidas para a redução dos custos diretos com a diminuição do quadro de funcionários que se mostravam ociosos, fechando nos últimos 18 meses 30 postos de trabalho, aproximadamente." 

"Mesmo após o pagamento das verbas rescisórias decorrentes do fechamento dos postos de trabalho, dezenas de ex-colaboradores ingressaram com reclamações trabalhistas insurgindo aumentando significativamente o passivo da empresa, que se viu obrigada a recorrer a empréstimos bancários para sanar seu caixa", argumenta o advogado. 

"Sabidamente, as danceterias e casas noturnas que são destinadas ao público adulto são as primeiras a sofrer com a diminuição dos clientes e frequentadores, que passam a buscar atividades de entretenimento mais econômicas ou simplesmente deixam de frequentar as casas noturnas nos períodos de crise."

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