O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) dobrou a aposta e divulgou em sua conta no Twitter um vídeo no qual seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, exalta o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de torturar presos da ditadura.
Filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, o parlamentar fez a postagem em um contexto de repercussão das declarações que concedeu à jornalista Leda Nagle defendendo um novo AI-5 caso a esquerda se radicalize.
"Se você está do lado da verdade, não tenhais medo!", escreveu Eduardo na publicação que acompanha um vídeo do voto do então deputado Jair Bolsonaro no processo do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT). "Pela nossa liberdade. Contra o Foro de SP. Pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", afirmou Bolsonaro.
No mesmo vídeo, Jair Bolsonaro elogiou Eduardo Cunha. "Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um nome que entrará para a história nesta data pela forma como conduziu os trabalhos da Casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha. Perderam em 64. Perderam agora em 2016", afirmou.
Na entrevista concedida a Leda Nagle e divulgada nesta quinta (31), no canal do YouTube da jornalista, Eduardo afirmou que "se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada".
A declaração causou reações, e políticos de diferentes partidos a classificaram como um retrocesso.
O deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), porta-voz do presidente do PSL, Luciano Bivar, afirmou que "calado, filho do presidente é um poeta". "Repudiamos qualquer tentativa de golpe. O primeiro golpe foi tentar tomar o PSL, o segundo foi usar o Palácio do Planalto para tomar a liderança do partido e agora flerta com um novo AI-5 para instaurar uma ditadura no país", disse Bozzella em mensagem enviada à coluna por WhatsApp.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse em uma rede social que "parece que não restam mais dúvidas sobre as intenções autoritárias de quem não suporta viver em uma sociedade livre".
Para a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), a democracia vive um "grave risco". "Agora fica claro que isso é tudo que essa gente sempre quis", disse.
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