O pedido de autorização feito pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o ministro Dias Toffoli gerou questionamentos internos ao ministro Edson Fachin. Ele promulgou a delação do ex-governador Sérgio Cabral, com base na qual a PF quer investigar Toffoli.
CUIDADO
Ministros disseram a Fachin que ele deveria escrutinar melhor as delações. A de Cabral, feita pela PF, é contestada pela Procuradoria-Geral da República e criticada por procuradores do Rio.
CUIDADO 2
Outros magistrados lembraram, em conversa antes do início da sessão de quinta (13), que receberam reiteradas informações em anos recentes de que delatores eram pressionados por investigadores a citar magistrados de tribunais superiores em suas delações. Foi lembrado também que Sérgio Cabral já foi condenado a mais de 300 anos de prisão.
COMO SEMPRE
Fachin afirmou que delações são sempre feitas por criminosos. Ministros da Corte responderam que, por isso mesmo, a checagem sobre o que eles falam deve ser rigorosa.
FAVOR
O pedido da PF ao STF foi revelado pela coluna Painel. Cabral disse em sua delação que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nota divulgada pelo STF, Toffoli nega ter recebido qualquer recurso. Na conversa dos ministros, ele disse aos colegas que as decisões dos casos citados foram endossadas por outros magistrados do TSE —uma delas, por unanimidade.
QUARENTENA
com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
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