Os americanos New York Times e CNN noticiaram as “novas armas” da Rússia, mísseis que podem atravessar os sistemas antimísseis dos EUA, dizendo serem um “alerta” não só aos Estados Unidos, mas aos países europeus. Drudge Report e outros foram ainda mais alarmistas.
Os europeus não entenderam assim. O francês Le Monde, o alemão Süddeutsche Zeitung e a agência inglesa Reuters destacaram que o presidente Vladimir Putin (acima) tratou dos novos mísseis “para ampliar sua popularidade” visando a eleição do próximo dia 18.
Na Rússia, o diário Kommersant enfatizou que outros candidatos agora querem, como Putin, duas horas para falar em rede nacional. E o financeiro RBC deu manchete para o Departamento de Defesa dos EUA, que considerou que o anúncio estava mesmo ligado à eleição russa.
Os jornais financeiros ocidentais seguiram viés diverso. Para Wall Street Journal e Financial Times, o discurso eleitoral de Putin “eleva perspectiva de nova corrida armamentista”, com reflexos para a indústria bélica.
EUA VS. CHINA
Mais do que as palavras de Putin, foram as de Donald Trump que acabaram causando rebuliço nos mercados, na quinta. Ele confirmou para a semana que vem “tarifas duras” sobre aço e alumínio importados. “Mira a China, mas também vai atingir aliados americanos”, sublinhou o Washington Post, que manchetou a queda em Wall Street, assim como o WSJ.
O salto nas tarifas foi manchete também do South China Morning Post e do alemão Süddeutsche, este preocupado com o “risco de escalada” no protecionismo americano.
PORCOS
Análise no WSJ diz que a provável resposta da China, ao aumento na proteção americana contra seus produtos, será elevar a tarifa sobre a soja que importa dos EUA.
E o país beneficiado seria o Brasil, “o maior concorrente pelo mercado chinês de soja”. No enunciado, o jornal ironiza que “alimentar porcos”, principal uso da soja na China, é o próximo campo de batalha na nascente “guerra comercial” entre as duas maiores economias do mundo hoje.
LENTAMENTE
FT, WSJ e o financeiro francês Les Échos noticiaram sem destaque o PIB brasileiro de 2017. Em suma, informam que a maior economia da América Latina “se recupera lentamente”.
Ressaltam por outro lado que a reforma previdenciária, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) “o ajuste fiscal mais urgente” no país, ficou para o governo a ser eleito.
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