Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Helsinque se prepara para o espetáculo Trump-Putin

'Ele não é meu inimigo', diz americano; cúpula atrai 1.500 jornalistas e dez protestos

Na Finlândia, cartaz pede que EUA e Rússia mantenham a paz - AFP

A TV finlandesa Yle se volta para a cúpula de Trump e Putin na segunda (16) na capital, Helsinque. Noticia que 1.500 jornalistas já se credenciaram —americanos,  russos, mas também argelinos e filipinos.

E que começaram as “mudanças na cena das ruas”, exemplificando com cartaz que faz trocadilho com o som da palavra “kippis” (saúde ou vivas em finlandês) e a frase “keep peace” (mantenham a paz em inglês). Mas acrescenta que estão previstos dez protestos.

Nos EUA, Fox News, MSNBC e jornais mostraram que já começou o show, em coletiva de Trump, com tiradas como: “Ele não é meu inimigo e algum dia, esperançosamente, talvez seja um amigo”.

A Foreign Affairs, revista do principal centro de estudos de política externa dos EUA, Council on Foreign Relations, se prepara com manchete para uma análise sobre “A surpreendente promessa da cúpula Trump-Putin” —ou, logo abaixo, “A oportunidade por trás do espetáculo de mídia”.

Defende realismo, dizendo que “as cenas diárias da alegre Copa ressaltam o absurdo de tentar isolar a Rússia”. No lugar, propõe ver a cúpula como “um início” de aproximação.

Na mesma linha, Dmitri Trenin, do Centro Carnegie de Moscou, avalia que “não haverá grandes avanços”, mas “Helsinque marcará a primeira détente [relaxamento de tensão] em quatro anos de guerra híbrida”, que é como especialistas russos tratam os confrontos em frentes como a Síria.

FIM DE JOGO

Às vésperas da cúpula, Putin vem recebendo enviados de Irã, Israel e França. E na quinta (12) veículos do Oriente Médio e a agência americana Associated Press destacaram que o governo sírio, aliado da Rússia, levantou sua bandeira em Daraa, “o berço da insurreição” que, em 2011, levou à guerra civil.

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