New York Times, Wall Street Journal e Financial Times ainda tentavam responder ao ciclo declaratório anterior de Trump, que havia criticado o banco central americano em entrevista ao canal CNBC. O NYT arriscava que o presidente “virou de ponta-cabeça o protocolo de longa data” de não questionar o Fed.
Mas aí estourou um novo ciclo, agora com um tuíte da secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders:
“O presidente Trump pediu ao [assessor de Segurança Nacional] John Bolton que convide o presidente Putin para vir a Washington no outono, e essas discussões já estão em andamento.”
Junto com NYT, WSJ, FT e demais anglo-americanos, veículos de outros países foram surpreendidos, perdendo domínio sobre a própria agenda.
O russo RBC, que vinha com a manchete “Trump nega a Putin o interrogatório de americanos”, trocou para “Trump mandou convidarem Putin para Washington”.
O alemão Süddeutsche se viu atropelado de forma semelhante, ele que vinha com "Indústria de carros da Alemanha avisa Trump” contra tarifas e precisou noticiar que “Trump planeja convidar Putin para Washington”.
No meio do caminho, a cobertura até esqueceu que Trump havia ameaçado também retaliar a União Europeia pela multa ao Google.
‘LULA, LIVRE?’
Com título em português na versão impressa, “Lula, Livre?”, a nova Economist (acima) destaca que “Juízes emitem decisões contraditórias sobre libertar ex-presidente” e “Lula espera concorrer se conseguir que sua condenação seja revogada”.
Pela primeira vez, a revista levanta a possibilidade de que ele concorra: “Até este mês a maioria dos observadores rejeitava as chances de voltar à cena. No dia 8, no entanto, um juiz decretou que ele devia ser libertado, mergulhando a campanha em turbulência”. O desembargador “tentou libertar Lula tendo como base que o encarceramento viola seus direitos políticos”.
DESACELERAÇÃO
Em série de despachos negativos sobre a economia do país, a Reuters noticia que “Aquisições e fusões desaceleram no Brasil” e “VW deve dar licença a mil trabalhadores com desaceleração das vendas”.
E a Bloomberg acrescenta, sob o título “Alguns vencedores da guerra comercial [EUA-China] estão achando maneiras de perder”, que “ganhos brasileiros com soja crescem com maior demanda chinesa, mas fazendeiros perdem por causa de taxa crescente dos fretes”.
LONGE DEMAIS
Por outro lado, o Financial Times destacou, de uma consultoria de investimentos, que a derrocada das moedas emergentes chegou ao limite:
“As tensões relacionadas ao comércio permanecem, e o risco de um governo populista é uma preocupação no Brasil. Mas, em nossa opinião, a correção nas moedas dos mercados emergentes foi longe demais.”
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