Com o caderno Regras da China, que pode ser lido como China Comanda, o New York Times encerrou no domingo a série de reportagens sobre a ascensão de Pequim. Do texto editorializado, na capa (acima):
“O Ocidente tinha certeza que a China fracassaria. As economias controladas por governos abafam crescimento. A opressão sufoca inovação. A internet não é uma força domesticável. Uma nova classe média vai demandar eleições. Nada disso se provou verdadeiro. A China é uma superpotência e logo poderá ultrapassar os Estados Unidos.”
No título do texto final, “O caminho até a confrontação”, ouvindo Henry Kissinger, o ex-secretário que aproximou os EUA da China, e Steve Bannon, o ex-estrategista chefe que iniciou o afastamento.
Para evento sobre o material nesta segunda, o jornal anuncia que vai debater a relação entre Xi Jinping e Donald Trump “a caminho do G20” —a partir de sexta-feira, em Buenos Aires.
Ao fundo, o South China Morning Post deu manchete para a derrota eleitoral do governo pró-americano em Taiwan e o Global Times/Huanqiu, do PC chinês, já publicou editorial creditando o resultado aos “conflitos com o continente”.
De sua parte, o Wall Street Journal destacou que “anuncia uma mudança potencial nas relações da ilha com a China”.
ESPANHA ENTRA
No enunciado da agência Reuters, “Em visita histórica, premiê espanhol aposta em oportunidades de negócios com Cuba”. No espanhol El País, o socialista Pedro Sanchez saudou o “impulso reformista” do presidente cubano Miguel Díaz-Canel, que quer mais “abertura econômica”.
BRASIL SAI
Do mesmo El País ao Washington Post, a cobertura acompanhou também a chegada dos médicos cubanos ao aeroporto de Havana —com diferença de horas para o primeiro-ministro espanhol e também sendo recebidos por Díaz-Canel.
O alemão Süddeutsche Zeitung descreveu o “Êxodo de médicos”, seu título, como um pequena vitória para a “propaganda anticomunista de Bolsonaro”, mas com grandes consequências “para milhões de brasileiros”.
‘ESQUERDISTA NACIONALISTA’
WSJ e Financial Times, a uma semana da posse de Andrés Manuel López Obrador no México, iniciaram ataque preventivo ao novo presidente, que ambos qualificam como um “esquerdista nacionalista”
—em contraste com Jair Bolsonaro, “direitista e amigo das empresas”.
Com a chamada “AMLO vs. os mercados”, o FT questiona se seu projeto de usar “referendos para tudo” não visa “consolidar poder”.
O PIOR DESMATAMENTO
Ecoando em mídia social por políticos americanos e britânicos, a BBC noticiou “o pior desmatamento da Amazônia em dez anos”, segundo levantamento do próprio governo brasileiro. Também BuzzFeed, Guardian, Der Spiegel, Daily Mail etc.
O tom geral, no registro do tabloide alemão Bild: “E o novo presidente, Jair Bolsonaro, obviamente não pretende fazer mais para proteger a floresta tropical. Pelo contrário”.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.