Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Para salvar Amazônia, é preciso vender estatais, opina WSJ

Para jornal financeiro dos EUA, 'abrir a economia fará mais para proteger a floresta do que fizeram os governos socialistas antes de Mr. Bolsonaro'

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As queimadas atropelaram a agenda das privatizações no exterior. O Wall Street Journal, na seção de opinião, notoriamente à direita, não no noticiário, ainda tenta juntar as duas coisas.

Sua coluna voltada à América Latina, sob o título “O que você não leu sobre o Brasil”, saudou as privatizações listadas por Paulo Guedes pouco antes de São Paulo escurecer.

Cita analista financeiro de Nova York, para quem o Brasil pode vender US$ 90 bilhões até 2020 e R$ 250 bilhões até 2022, inclusive partes ou toda a Petrobras. E argumenta que “abrir a economia fará mais para proteger a floresta do que fizeram os governos socialistas antes de Mr. Bolsonaro”.

Proteger a natureza seria “valor cultural” do Primeiro Mundo que só chegará quando o Brasil “criar a riqueza necessária para cuidar do ambiente”.

Em seguida, o WSJ publicou editorial na mesma linha, destacando em enunciado que “países ricos são melhores na proteção do planeta”. Em suma, proteger a Amazônia “é mais provável com as políticas de Bolsonaro para a Previdência e a venda das estatais”.

O Financial Times não chegou a tanto, mas dedicou análise de página inteira para criticar que Bolsonaro anda se mostrando “mais interessado em falar de armas, fé e Amazônia” do que das reformas.

Isso, num momento em que “o Brasil se arrisca a cair em recessão no segundo trimestre e Guedes está buscando reformas econômicas, inclusive um esforço de privatização”.

TSUNAMI NÃO VEIO

Também o espanhol El País deu longa análise sobre “o fantasma da recessão” no Brasil, “onde não chegou o ‘tsunami de investimentos’ esperado com a reforma da Previdência”.

Ouvindo economistas de Itaú e outros, destaca problemas como uma possível redução no crescimento da China e o “investimento público parado”.

NYT & FAZENDEIROS

Com atraso de um mês em relação à capa da revista The Economist sobre a Amazônia, o New York Times impresso de terça (27) abriu foto da floresta em chamas no alto da primeira página, em cinco das seis colunas. Mas a chamada dizia apenas:

“O mundo pode estar revoltado com as queimadas, mas os locais estão indignados com o que eles veem como forasteiros tentando decidir como os brasileiros devem administrar a sua própria terra.”

SUJEIRA

Queimadas e outras pautas não sufocaram de todo o noticiário externo sobre "Os problemas de sujeira com a Operação Lava Jato", no título da revista americana The Atlantic (acima). Do jornal espanhol El País ao canadense La Presse, passando por sites engajados como Canary e Grayzone, a atenção às revelações prossegue.

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