Na capa (reprodução abaixo) da principal revista semanal de economia do país, a Caixin, "Comércio exterior da China se volta para os emergentes e precisa de espaço". A reportagem começa pelo porto de Qingdao, que abriu 38 novas rotas marítimas no último ano, quase todas para países em desenvolvimento.
"Uma proporção crescente das remessas é destinada aos mercados emergentes, como os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático [Asean], Oriente Médio e América Latina", descreve. Com isso, Qingdao se tornou o terceiro porto, só atrás de Xangai e Zhoushan.
As exportações para a Arábia Saudita saltaram 51% no primeiro trimestre. África, 37%. Emirados Árabes, 32%. América Latina, 11%.
Diferente do que vai para EUA e Europa, "uma grande proporção dos contêineres transporta artigos semiacabados, usados na fabricação de bens finais, e bens de capital, incluindo máquinas e ferramentas usadas para fabricar produtos de consumo".
A revista contextualiza que "muitos estão em estágio de desenvolvimento semelhante ao da China nas décadas de 1980 e 90", daí a compra de semiacabados e bens de capital. "Em esforço para desenvolver indústrias, não estão interessados em produtos acabados."
"A América do Sul Oriental", Brasil sobretudo, viu os preços de transporte de carga dispararem 80%, com as novas rotas abertas por Maersk, Wan Hai e outras empresas.
O crescimento nas vendas chinesas se dá principalmente para países da Iniciativa Cinturão e Rota, inclusive Ásia Central. Em destaque do Renmin Ribao (Diário do Povo) ao portal Guancha, Xi Jinping recebe nesta semana os presidentes de Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão para uma cúpula —às vésperas do G7 no Japão.
NO MAR DO JAPÃO
Também na Caixin, no mês que vem a China vai passar a usar o porto russo de Vladivostok para transporte de carga, em princípio, do nordeste do país para outras regiões da própria China.
Em análise do Guancha, será "muito interessante ver como Japão e Coreia do Sul vão encarar e qual impacto isso terá na segurança regional". Como é no mar do Japão, pergunta, Tóquio e Seul "vão pregar peças?". Pequim e Moscou "farão escolta naval?".
POR OUTRO LADO
Ainda na Caixin, com dados divulgados na terça, "o consumo lento nos EUA e Europa afeta comércio em abril", atingindo as exportações. Também a Asean. "Enquanto isso, três novos parceiros, Rússia, África e Oriente Médio, passaram a fortalecer as exportações da China."
E o desemprego urbano no país até caiu 0,1 ponto, para 5,2%. Porém o desemprego entre jovens bateu recorde e "passou 20%".
ACEITAR A REALIDADE
Joe Biden deve se encontrar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no próximo fim de semana no G7, no Japão, logo em seguida no Quad, na Austrália, e semanas depois na Casa Branca, nos EUA, com "tapete vermelho".
Diante do esforço, a Foreign Affairs avisou que "Nova Déli não ficará do lado de Washington contra Pequim", que esta é uma "má aposta da América na Índia" (acima, à dir.). E o Financial Times, que a "Índia nunca será aliada da América" e Biden "deveria aceitar essa realidade".
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