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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Presidente do PSC de Witzel, Pastor Everaldo diz ter fé em que governador se livre das investigações da PF

Ele negou conflitos, ainda que o partido não tenha se oposto à abertura do processo de impeachment

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O pastor Everaldo Pereira, presidente nacional do PSC, partido ao qual é filiado Wilson Witzel, disse "ter fé" em que o governador se livre das investigações da Polícia Federal.

Em entrevista ao Painel, horas antes de a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) abrir o processo de impeachment, Pereira usou de ironias para negar conflitos internos.

O partido não se opôs na votação para abertura do procedimento do afastamento do governador.

O presidente do PSC ainda criticou os pedidos de intervenção militar por parte de apoiadores de Jair Bolsonaro e afirmou confiar nas instituições democráticas. "Eu acho que tem que ter um pacto para todos trabalharem a favor da democracia", disse. "Esse negócio de intervenção militar não tem cabimento mais".

Ao comentar a maneira como o governo federal vem lidando com a pandemia, disse "orar" pelo presidente. "Só faço orar por ele [Bolsonaro]. E creio que jamais o Brasil vai se tornar uma Venezuela", afirmou.

Segundo a PF, há indícios da existência de um esquema de corrupção envolvendo a cúpula da gestão do sistema de saúde do Rio e uma organização contratada para instalar hospitais de campanha. Como o partido PSC avalia o fato de Witzel ser investigado pela PF? Nos últimos tempos, muitos políticos e empresários foram alvo de busca e apreensão da Polícia e provaram a sua inocência. Investigar? Tem que investigar. Isso é normal. Agora transformar operações em palcos para atingir a honra das pessoas que sequer foram julgadas, isso aí é uma calamidade.

O presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo
O presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo - Joel Silva-28.ago.2014//Folhapress

O governador sinalizou trégua como o presidente depois da operação. Como o senhor vê esse movimento? Desde o início o governador nunca brigou com Bolsonaro. Sempre foi uma pessoa que esteve disposta ao diálogo com o presidente Bolsonaro, o tempo todo. É isso o que vejo.

Posteriormente eles acabaram se afastando e, inclusive, trocando farpas... Eu não tenho a mínima ideia de que houve briga.

Como o senhor avalia a gestão do governador Wilson Witzel? Excelente. Recuperou o Rio, botou os salários em dia, está fazendo uma excelente administração. Pegou o estado quebrado, falido, e vai completar um ano e seis meses pagando salários em dia. O Rio de Janeiro estava um caos e ele está resolvendo.

Um dos exonerados nas últimas semanas foi André Moura, que é seu aliado. O senhor participou dessa decisão? Olha só, decisão de governo é de governo. Eu não participo de nenhuma decisão do governo.

Aliados já dão como certo um afastamento do governador, por acharem que as investigações vão avançar. O senhor acha que é possível Witzel se livrar desse processo? Tenho fé plena que vai se livrar. Pelo que eu conheço o governador, uma pessoa de uma honra ilibada, que tem trabalhado incansavelmente para fazer realmente a melhor administração que tem. Então isso aí, as pessoas são precipitadas às vezes, querem condenar uma pessoa antes de haver julgamento ou de concluir inquérito. O assassinato de reputação que a gente tem no Brasil é impressionante. Sou vítima disso. Sou culpado de tudo às vezes, são muitas injustiças. Nunca sequer fui investigado.

O senhor acha que as últimas exonerações do governo vão ajudar na crise com a assembleia? Isso é um assunto de governo, eu não sou articulador do governo, sou apenas presidente do partido. Não cuido de articulação do governo.

Como o senhor vê a maneira como o presidente Jair Bolsonaro lidou e lida com a pandemia? Quanta à relação com o presidente Jair Bolsonaro, eu tive o privilégio de batizá-lo no rio Jordão. Então eu só faço orar por ele. E creio que jamais o Brasil vai se tornar uma Venezuela.

O PSC contratou a esposa do governador, Helena Witzel, e... Excelente advogada, tá certo? Ela dá expediente aqui com a gente, trabalha aqui com a gente, igual tem outros advogados contratados.

Desde janeiro de 2019 o partido pagou a ela R$ 350 mil. Qual foi o trabalho realizado por ela? Ela atua em mais de 12 processos aqui no partido.

Não há conflito de interesses? Zero. Na minha opinião, zero. Ela é uma advogada, trabalha e advoga há muito tempo. Normalmente. Não vejo nenhum conflito.

Segundo a PF, o escritório de advocacia da primeira-dama do Rio fez um contrato de R$ 540 mil com uma empresa investigada na Lava Jato. O sr. acha que o fato de ela ser uma advogada com pouca experiência não desperta desconfiança sobre esse contrato? Eu só posso responder pelo PSC, não respondo sobre mais nada.

O governador Witzel disse que houve vazamento da operação Placebo a deputados bolsonaristas, que comemoraram o fato de ele ter sido alvo da PF em redes sociais. O senhor acha que houve vazamento? Eu nem acredito nisso. Não acredito que a Polícia Federal ia ser usada para isso aí. É uma instituição de reputação. Eu respeito muito a PF e não vejo motivo para isso. Esses assuntos, eu acho que tem que ter um pacto para todos trabalharem a favor da democracia. Esse negócio de intervenção militar, isso está muito passado no noticiário, isso aí não tem cabimento mais, essas coisas de intervenção...Eu acredito nas instituições brasileiras. Acredito cem por cento, no Legislativo, Executivo, Judiciário. São a base da democracia e o Brasil, se Deus quiser, jamais vai se tornar uma Venezuela.

A deputada federal Carla Zambelli disse, um dia antes da operação contra Witzel, que havia governadores sendo investigados pela PF. O senhor acha que ela pode ter tido acesso a informações privilegiadas? De fato, pode-se interpretar. Mas para mim é uma ilação. Não acredito nas coisas que não são textualmente comprovadas. Sei que a deputada é uma nobre deputada e não ia fazer um negócio desse.

Existe algum tipo de briga entre o senhor e o governador Witzel? Rapaz, quem botou fogo na Amazônia? Foi o Pastor Everaldo? Quem trouxe o coronavírus para o Brasil foi o Pastor Everaldo? É a mesma coisa. Se existe briga (risos)... Não existe nenhuma. Nunca existiu briga entre mim e o governador Witzel. Somos aliados. Acredito nele cem por cento.

Como é sua relação com o empresário Mario Peixoto? Campeão, eu não tenho relação com ele.

E o governador? O governador, não sei.

Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Bruno Abbud

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