Apesar da saída de Salim Mattar e Paulo Uebel, dois dos auxiliares mais ligados à agenda liberal, quem conhece Paulo Guedes diz que ele não vai pedir demissão. “PG não sai. Tem consciência de que é o pau da barraca”, afirma Rubem Novaes, amigo do ministro e demissionário presidente do Banco do Brasil. Pessoas próximas a Guedes relatam cansaço com o acúmulo de frustrações, pela resistência do meio político em se engajar nas mudanças propostas, mas têm dito que não é hora de sair.
O diagnóstico que se consolida no entorno do ministro da Economia é o de que Jair Bolsonaro, embora diga apreciar alguns aspectos do liberalismo, não é um liberal.
Para parlamentares, a saída de Guedes não seria dramática. A queixa é a de que, fora as reformas, falta a ele um plano para enfrentar a crise econômica.
A saída de Salim pegou senadores, deputados e colegas do governo de surpresa. Em reuniões recentes, até na véspera, o então secretário de desestatização não deu sinais de que tomaria a decisão. Desconfiam que o estopim teria sido encontro com Bolsonaro nesta terça (11).
Salim reclamava da dificuldade de avançar nas privatizações. Segundo relatos, Guedes estava insatisfeito com o auxiliar, que vinha travando queda de braço com Martha Seillier. Incorporada ao time em fevereiro, ela comanda o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos).
Tiroteio
Diante de 100 mil mortes, o impeachment de Bolsonaro é mais que necessidade ética, é uma imposição humanitária
De Douglas Belchior, historiador e cofundador da Uneafro Brasil, sobre conduta do presidente no combate ao coronavírus
Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Nathalia Garcia
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