Depois da disputa trabalhista dos aplicativos contra o vínculo de emprego, começa agora uma batalha para tentar barrar um projeto de lei que obrigaria empresas como Uber, 99, iFood e Rappi a reduzir em 15% durante a pandemia as taxas que elas cobram dos motoristas e entregadores.
Associações que representam empresas de aplicativos de transporte e de entregas estão se mobilizando para pedir que Bolsonaro vete o trecho que lhes impactaria em um projeto aprovado no Senado na terça (19). Pela medida, a taxa mais branda aos motoristas e entregadores valeria até o fim de outubro.
A Amobitec (associação de empresas de tecnologia para mobilidade) afirma que enviará comunicados ao Ministério da Economia contra a redução nas taxas. Segundo a entidade, esse mercado teve queda de 80% de demanda na pandemia.
A Amobitec diz ainda que, se os aplicativos forem obrigados a cobrar menos taxas dos entregadores e motoristas, eles terão de reduzir as ações de apoio que vêm tomando nesta crise, como dobrar as gorjetas, fornecer equipamento de proteção e manter fundos de amparo a trabalhadores infectados.
A ABO2O, outra entidade do setor, diz que também vai procurar o governo para pedir o veto e argumenta que cobrar menos taxa dos entregadores é uma medida que pode aumentar a concentração no setor porque atingiria também os aplicativos menores, que não teriam caixa para lidar com a redução da receita.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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