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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu clima tecnologia

Em meio a crise do meio ambiente, fazenda vertical avança no Brasil

Empresas buscam investimento para modelo de cultivo de alimentos em estantes

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São Paulo

Nova fronteira no radar dos investidores preocupados com o avanço das mudanças climáticas, as fazendas verticais, conhecidas no Japão e em outros destinos menos favorecidos pela agricultura, ganham atenção no Brasil. Trata-se de um modelo de cultivo de alimentos em estantes para melhorar o aproveitamento do espaço, em ambiente fechado com temperatura, água, iluminação e oxigenação sob controle, por meio de tecnologias que vêm se tornando mais baratas.

A técnica permite economia de 90% no uso de água e um aumento de cinco vezes na produtividade, segundo Ítalo Guedes, pesquisador da Embrapa Hortaliças. Em setembro, a Embrapa assinou contrato de dois anos de pesquisas com a empresa 100% Livre para avaliar o assunto.
Projeto de fazenda vertical

A paulistana Pink Farms vem produzindo quatro toneladas de hortaliças mensalmente para restaurantes e o varejo. Geraldo Maia, sócio da empresa, planeja lançar uma captação de recursos online em novembro para buscar investimentos de até R$ 5 milhões e financiar unidades maiores, capazes de produzir 800 toneladas por ano.


Mas o consumo de energia e o custo por metro quadrado da fazenda vertical ainda são maiores do que no campo, diz Paulo Bressiani, da Fazenda Cubo, que tem loja e produção no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Ainda não dá para competir com a verdura na feira. Por isso, nosso foco são variedades especiais e de maior valor agregado”, afirma.

Paulo Bressiani, fundador da Fazenda Cubo, na produção da empresa
Paulo Bressiani, fundador da Fazenda Cubo, na produção da empresa - Divulgação


Na Fazenda Urbana, a opção é produzir microverdes, plantas que acabaram de deixar de ser broto, com três dias desde a germinação. Com isso, é possível oferecer produto de valor nutricional e preço viável, diz Rodrigo Meyer, sócio da empresa. “Ninguém vai pagar mais caro o pé de alface porque ele cresceu no ar-condicionado”, afirma.


Na semana passada, a startup americana Plenty anunciou aporte de US$ 140 milhões do Softbank e da empresa Driscoll’s, um movimento visto como a confirmação de que grandes investidores reconhecem a viabilidade das fazendas verticais, segundo Francisco Jardim, do fundo SP Ventures, especializado em startups agrícolas.

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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