Ambientalistas que atuam no litoral norte de São Paulo devem reativar nesta semana uma briga antiga sobre o uso do arquipélago dos Alcatrazes para exercícios de tiro da Marinha.
Conhecida como Galápagos brasileira, a região abriga o maior ninhal de aves fragata marinha do Atlântico Sul, que podem ser espantadas pelo barulho ou atingidas. A prática também pode prejudicar o turismo e alertar investidores atentos a risco ambiental no governo Bolsonaro, segundo especialistas.
O Instituto Educa Brasil vai pedir a suspensão de um treino de tiros que a Marinha pretende fazer nesta semana, segundo o diretor da entidade, Eduardo Hipólito do Rego, que foi secretário de meio ambiente de São Sebastião.
"O exercício é acertar o alvo, mas muitas vezes se erra. Pode acertar o ninhal, o mar, o peixe. É um lugar protegido, com mais de 1.500 espécies que tansitam ali em reprodução e alimentação", diz Rego.
O arquipélago foi alvo de exercícios do tipo até os anos 1990. E, após décadas de pressão de ambientalistas, transformado em refúgio de vida silvestre, com abertura altamente controlada ao turismo, mas a atividade continuou esporadicamente em uma das ilhas, a Sapata, que possui menor vegetação e fica distante da principal.
Procurada pelo Painel S.A., a Marinha não respondeu.
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