O ataque de Roberto Jefferson (PTB) aos agentes da Polícia Federal com fuzil e granadas neste domingo (23) foi tratado com cautela por empresários apoiadores do presidente Bolsonaro.
Entre os mais reservados, que evitam falar em público, ficou um receio da reação negativa dos mercados nesta segunda (24).
Enquanto calculam o impacto nos votos, a resposta foi tentar afastar a imagem de aliança entre Jefferson e Bolsonaro, seguindo a linha adotada pelo presidente.
Um empresário bolsonarista ouvido pelo Painel S.A. disse esperar que o episódio dos tiros de fuzil e granada cause efeito zero sobre a campanha. Uma semana antes, havia a mesma estimativa sobre os impactos da fala do "pintou um clima" de Bolsonaro em relação às adolescentes venezuelanas.
O assunto Jefferson tem sido evitado, mesmo entre aqueles que costumam dar suporte ao governo nas redes sociais.
As primeiras reações ainda começam a aparecer nesta segunda (24). Salim Mattar, fundador da Localiza, apenas redistribuiu nas redes sociais o vídeo, com 17 segundos, em que Bolsonaro diz que trata Jefferson como "bandido". O empresário escreveu que foi um "firme posicionamento do presidente". Procurado pelo Painel S.A. para comentar o assunto, Mattar não respondeu.
Outro apoiador do governo no empresariado, Gabriel Kanner, membro da família dona da rede de vestuário Riachuelo, não se manifestou sobre Jefferson. Dias antes, Kanner usava sua conta no Twitter para elogiar a polarização, dizendo que se trata de um "amadurecimento" da democracia brasileira.
Junior Durski (Madero), Luciano Hang (Havan) e Carlos Wizard, não se pronunciaram sobre a situação.
Winston Ling retuitou diversas mensagens sobre o caso Roberto Jefferson. Em uma delas, disse que é uma "ótima oportunidade para os signatários da carta em defesa da democracia da USP se manifestarem".
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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