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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Alesp vota proposta que obriga entregador a usar chip em mochila

Texto foi aprovado em comissões na terça e ainda precisa passar pelo plenário

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São Paulo

Tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto que lei que deve mexer com o funcionamento dos aplicativos de entrega no estado se for aprovado.

Caso a proposta avance, os entregadores passarão a precisar usar em suas mochilas ou baús uma etiqueta equipada com um chip de segurança e um QR code que deverão ser colocados na parte traseira, em local visível.

O fornecimento dessa etiqueta caberá às empresas, que também precisarão manter um cadastro desses trabalhadores e de seus veículos, sejam motocicletas, bicicletas ou patinetes, com detalhes como cor, modelo, placa e chassis, se houver.

As associações que representam os principais aplicativos de entrega dizem que o projeto cria burocracias e é uma solução analógica.

Entregadores de aplicativos durante manifestação em março de 2021 - Bruno Santos-19.mar.21/Folhapress

Nesse adesivo deverá constar dados do entregador, como nome completo, validade do cadastro, número de identificação e a logomarca da empresa.

O tamanho do adesivo ainda ficará para regulamentação, segundo o projeto de lei. Nesta terça (20), um substitutivo ao texto original, apresentado em março, foi aprovado em reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Direitos do Consumidor, e de Finanças, Orçamento e Planejamento.

Agora vai ao plenário. Com a votação do orçamento estadual para 2023 concluída na noite de terça, havia a expectativa de que ele entrasse na ordem do dia de quarta, mas isso não aconteceu.

Os entregadores que prestam serviço para mais de um aplicativo precisarão manter um cadastro e uma etiqueta adesiva para cada um.

O trabalho intermediado por aplicativos vem sendo alvo de diversas tentativas de regulação. O governo Lula 3 já definiu que o assunto será colocado em pauta. A nova gestão quer debater um modelo que dê mais segurança aos entregadores, que estariam hoje, a maioria, na informalidade.

Em São Paulo, a atividade virou assunto de segurança pública depois de uma sequência de casos de assaltos cometidos por criminosos que fingiam ser entregadores de aplicativos.

O texto aprovado nas comissões nesta terça prevê que os entregadores ficam obrigados a retirar o capacete no momento da entrega e que, se não o fizerem, o consumidor poderá recusar o recebimento sem prejuízo.

Se o projeto de lei for aprovado, as empresas que atuam em São Paulo terão 60 dias para fazer a implementação. Segundo o texto, quem não cumprir as medidas ficará sujeito a receber multa, advertência e suspensão das atividades.

O MID (Movimento de Inovação Digital), que representa 150 empresas digitais, como Mercado Livre, Quinto Andar, Loft, 99, GetNinjas, Loggi e Dr. Consulta, considera o projeto ineficaz e inseguro para os entregadores.

"O projeto obriga entregadores e aplicativos a participarem de uma solução burocrática que não ataca de frente os problemas de segurança da população", disse Vitor Magnani, presidente da entidade. "O melhor caminho é avançar na digitalização dos dados de segurança pública conjuntamente com a iniciativa privada."

A Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), da qual faz parte o iFood, diz entender que governos, profissionais e empresas devem buscar juntos "a implementação de soluções tecnológicas, e não analógicas, que ajudem a garantir mais segurança a todos."

Joana Cunha com Fernanda Brigatti

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