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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Embalagem menor e carrinho mais vazio deve se manter nos próximos meses

Tendência típica de momentos inflacionários segue em alta, segundo especialistas

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São Paulo

O varejo alimentar deve encarar nos próximos meses uma repetição da tendência de redução no número de itens no carrinho dos consumidores e o encolhimento do tamanho das embalagens, que ganhou força no ano passado.

Conhecida como reduflação, a prática de diminuir o tamanho dos pacotes é um movimento típico dos períodos inflacionários e serve para adaptar o produto ao bolso do cliente com poder de compra corroído.

É comum em categorias como sabão em pó, biscoitos e achocolatados, mas segundo Robson Munhoz, diretor da empresa de software de abastecimento Neogrid, a tendência se acelerou e alcança também produtos como café e papel higiênico.

Para Luiza Zacharia, diretora da empresa de inteligência de mercado Horus, o cenário econômico continua impactando os valores gastos no varejo. Dados mais recentes da Horus apontam que o tíquete médio subiu, mas o número de produtos no carrinho não acompanhou. "Isso é reflexo da inflação. E depois que chega a um determinado ponto, mesmo que venha deflação ou desaceleração, é difícil voltar ao patamar normal. O consumidor se acostuma, e o preço final acaba ficando um pouco acima. Veja o leite, que dobrou de preço e começou a baixar, mas não volta ao nível anterior", diz Zacharia.

Crise inflacionária está mexendo com a estratégia de vendas do varejo alimentar
Crise inflacionária está mexendo com a estratégia de vendas do varejo alimentar - Zanone Fraissat - 11.mar.2022/Folhapress

No fim do ano passado, o ticket médio ficou mais de 13% superior à quantia gasta no início do ano, mas a média de itens comprados cresceu apenas 1,5%.

A Nestlé afirma que a adoção de embalagem reduzida busca manter a competitividade do produto e segue as normas que exigem a informação sobre a mudança de peso no rótulo. A PepsiCo também diz que comunica as alterações como prevê a legislação e busca manter seus produtos acessíveis à população mesmo em cenários de pressão inflacionária.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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