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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Denúncia de assédio sexual na BlueFit embola negócio de R$ 461 milhões

Advogados que defendem vítima notificaram acionistas e fundo Mubadala, interessado na aquisição da rede de academia

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Brasília

Um caso de assédio sexual e moral numa filial da BlueFit em São Paulo embolou a negociação de R$ 461 milhões dos donos da rede de academias com o bilionário fundo de investimento árabe Mubadala.

Advogados envolvidos no processo afirmam que os investidores dos Emirados Árabes Unidos foram notificados nesta semana, diante do que consideram ter sido um descaso da BlueFit, e aguardam o desfecho das investigações para decidir que rumos serão tomados.

Pessoas andam em esteiras de academia
Os abusos teriam acontecido dentro do ambiente da BlueFit - Julia Chequer - 09.jan.2012/Folhapress

No início de setembro, o Mubadala comprou 51% da empresa por R$ 461 milhões e pediu anuência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Desse total, R$ 114 milhões devem ser pagos aos controladores e o restante reforçará o caixa da companhia.

Há mais de um ano, a vítima, uma jovem funcionária de uma das unidades da rede na zona Norte de São Paulo, denunciou os abusos cometidos por um dos sócios da unidade.

Segundo os relatos, o chefe não só a pressionava por sexo, como controlava suas atividades por meio do sistema de câmeras de vídeo da academia para controlá-la.

Em diversos momentos, ela foi cobrada por ter "dado mole" para personal trainers, por exemplo.

No entanto, segundo seus advogados, nada foi feito pela BlueFit até o momento. A defesa da vítima afirma possuir vídeos, mensagens que comprovam as acusações ao longo do período.

Sem recursos, a vítima recebeu auxílio de amigos, que contrataram o escritório Moreira e Schegerin Advogados, de Brasília (DF).

Segundo Flávio Schegerin Ribeiro, que defende a causa, já houve notificação para todas as partes envolvidas.

"Não queremos atrapalhar, nem impedir nenhum negócio da BlueFit com o Mubadala, mas assim o faremos caso não tomem as devidas providências", disse à coluna.

Consultada, a Bluefit disse que repudia qualquer forma de assédio ou discriminação. Informou que todas as mensagens enviadas ao seu canal de denúncias são analisadas e que, uma vez identificadas violações às normas de governança da companhia por franqueados, são adotadas as medidas jurídicas cabíveis.

A empresa, contudo, não quis comentar o caso.

O fundo Mubadala não quis comentar.

Com Diego Felix

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