O varejo brasileiro deve fechar o ano com crescimento de 1,7% nas vendas do varejo restrito, que integra combustíveis, alimentos, eletrodomésticos e farmacêuticos, e quase 5% nas vendas do varejo ampliado (que considera também veículos e materiais de construção).
De acordo com o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), no entanto, nem todos os segmentos devem terminar o ano com resultado positivo na comparação com 2022.
É o caso dos setores machucados pela combinação de juros altos e inflação ao longo do ano, como o de livros, jornais, revistas e papelaria (queda de 4,18%), artigos de uso pessoal e doméstico (-9,13%), materiais de construção (-1,9%), e tecidos, vestuário e calçados (-1,0%).
Por outro lado, a maior parte dos setores analisados devem se dividir entre altas moderadas ou neutras.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que ainda surfam com o boom de vendas da pandemia, terão alta de 4,37% no final do ano. Veículos, motos, partes e peças, turbinados pelas vendas subsidiadas de carros zero km devem fechar 2023 com crescimento de 5,7% nas vendas.
Em seguida estão os segmentos de combustíveis e lubrificantes (3,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,7%); hipermercados e supermercados (2,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,74%).
As projeções do Ibevar também apontam que o último trimestre do ano será de desaceleração para o varejo restrito, com encolhimento de 0,7%. O varejo ampliado deve crescer 0,8%.
"Esses resultados mostram, como já havíamos assinalado, que a recuperação das vendas em 2023, esperada em função das condições muito desfavoráveis em 2022, é tênue. O endividamento das famílias e a incerteza do quadro político, particularmente, as reais condições do governo controlar o déficit público freiam a expansão sustentável do consumo", afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School.
Com Diego Felix
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