A FecomercioSP defende que, para conseguir reduzir a inadimplência no país, o Desenrola Brasil deve oferecer descontos mais vantajosos para os clientes. A entidade também considera que parcelas sem juros e redução da burocracia para liquidar dívidas pode ajudar no intento do programa do governo federal.
Lacunas no programa limitaram o número de renegociações. Um dos principais problemas foi o oferecimento de descontos que nem sempre se distanciavam dos oferecidos em casas financeiras, bancos e varejistas.
Nos cálculos da FecomercioSP, existe mais de R$ 110 bilhões em dívidas ativas com o sistema financeiro. No balanço apresentado pelo Ministério da Fazenda, as primeira fases do programa fizeram com que R$ 29 bilhões em pendências financeiras fossem renegociadas —valor muito abaixo do projetado pela federação.
"Mesmo com descontos médios em torno de 90% nos pagamentos à vista, muitas famílias não conseguiriam liquidá-las com os recursos que possuem", diz a FecomercioSP.
Outra reclamação da entidade envolve a otimização do processo de adesão às dívidas. Atualmente, quem quiser participar do programa precisa de perfil prata ou ouro na plataforma do governo federal, o Gov.br.
"Isso significa cadastrar documentos digitais, códigos de acesso, vincular contas bancárias e colocar etapas de verificação de e-mail no aplicativo, procedimentos não tão acessíveis para boa parte da população endividada, sobretudo de baixa renda", afirma a federação.
Para a FecomercioSP, o governo deve ajustar problemas identificados nas primeiras fases com a edição de uma nova medida provisória. A entidade avalia que retirar a exigência do Gov.br trará flexibilidade.
"O fim do fundo garantidor, a partir do término do projeto, porém, é um dilema: hoje, dá apoio financeiro a quem não receber os valores das renegociações. Sem ele, as empresas podem ver menos atratividade, diminuindo a sua capilaridade no programa", avalia.
Com Diego Felix
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