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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Brasil aumenta imposto de importação acima do Mercosul

País prepara lista de artigos e insumos que ficarão mais caros para evitar invasão de importados que substituem produção local

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Brasília

O Brasil decidiu aumentar, nesta quarta (24), as alíquotas de importação para corrigir desequilíbrios nas relações comerciais dos países que integram o Mercosul com nações fora do bloco até 2028.

A partir de agora, vai preparar uma lista com até cem produtos cujas importações, especialmente da China, prejudicam a indústria nacional.

Havia previsão legal para essa medida, mas ela precisava ser chancelada pelo presidente da República. Ainda não se sabe se os demais países-membros tomarão medidas similares.

Encontro dos chefes de Estado dos países que integram o Mercosul, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro
Encontro dos chefes de Estado dos países que integram o Mercosul, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro - Ricardo Stuckert - 07.dez.2023/Divulgação/PR

Na prática, a ferramenta permite que se eleve, temporariamente, o Imposto de Importação para artigos importados fora do bloco e do Mercosul acima da quantidade prevista para usufruírem da Tarifa Externa Comum (TEC).

As elevações, entretanto, só valerão para importação de até cem produtos (ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul). Os pedidos também precisam ser devidamente justificados.

A lista passará a valer um mês após notificação ao bloco e à Aladi (Associação Latinoamericana de Integração) e poderá ser revista semestralmente pela Comissão de Comércio do Mercosul (CCM).

Eventuais objeções deverão ser apresentadas pelos países-membros em até 15 dias.

A medida reforça o Nova Indústria Brasil, programa federal que pretende estimular o setor. Nos últimos anos, fabricantes nacionais reclamam da invasão de insumos muito mais baratos, importados primordialmente da China, que prejudicam o setor produtivo local.

Em casos onde o preço for devidamente justificado, será possível acionar o mecanismo de elevação das alíquotas.

Para Fernando Benjamin Bueno, sócio das áreas de Comércio Internacional e Relações Governamentais Institucionais do Demarest, esse mecanismo se soma a outros, como a Lista de Exceções à TEC (Letec), para casos de desabastecimento e exceções relacionadas a bens de informática, telecomunicação e bens de capital.

"Nos últimos anos, países como EUA e México têm se utilizado de instrumentos tarifários semelhantes, que também aumentam o imposto de importação. A União Europeia também tem intensificado a imposição de mecanismos tarifários e não tarifários (de cunho social e ambiental) que impõem barreiras ao comércio exterior", disse Bueno.

"As instabilidades comerciais, financeiras e geopolíticas no mundo certamente tiveram um peso importante na incorporação do instrumento."

Com Diego Felix

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