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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inteligência artificial

Grupo mexicano usa gigantes globais para massificar inteligência artificial no varejo

Yalo, que tem fundo de fundador do Facebook como investidor, pretende dominar mercado brasileiro

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Brasília

Usando o poder de clientes como Coca-Cola e Nestlé, a Yalo quer massificar o uso da inteligência artificial nas gôndolas de supermercados com uma solução chamada "comércio conversacional".

O modelo é a grande aposta do B Capital, fundo de venture capital do brasileiro Eduardo Saverin, um dos fundadores do Facebook. Em agosto de 2020, no auge da pandemia, a startup recebeu uma rodada de investimentos de US$ 15 milhões.

Homem está pesquisando preços em supermercado
Objetivo da Yalo é facilitar para varejistas a otimização das entregas - Rahel Patrasso - 17.out.23/Xinhua

Na ponta dos fornecedores, já são mais de 2,5 milhões de comerciantes atendidos como Nestlé, Coca-Cola e Unilever, que juntas possuem uma base de 350 milhões de clientes e um volume de vendas de US$ 81 bilhões.

Fundada em 2015 no México, a plataforma utiliza como interface o WhatsApp e o Facebook (na China é por meio do WeChat).

Além da China, do Brasil, do México e outros países latino-americanos, a empresa opera nos EUA e na Índia.

Sem precisar baixar nenhum aplicativo nem usar um programa de computador pesado e caro, os comerciantes conseguem tirar os pedidos quando convém na palma da mão, utilizando um app que já está instalado no telefone.

Na outra ponta, as indústrias têm muito mais facilidade para otimizar as entregas pelos seus representantes, levando apenas o necessário para os clientes.

Além disso, a inteligência artificial da Yalo sugere produtos que outros comércios da região estão demandando e consegue cruzar dados para recomendar itens que têm maior potencial de venda.

"Na grande maioria das vezes, é o próprio dono que abre, fecha e limpa a loja e realiza os pedidos de produtos", diz Erick Buzzi, diretor-geral da Yalo no Brasil. "Antes da IA, o dono do mercado precisava esperar o representante comercial das grandes marcas passar pela região para oferecer o que tinha no caminhão, não o que o comerciante precisava repor."

Com essa mudança, as grandes indústrias e as redes de comércio estão conseguindo reduzir custos, tempo, estoques e, ainda por cima, diminuindo as emissões de CO2 no ambiente.

Buzzi diz que o comércio conversacional chega não só para ajudar o varejista nesse processo de compra, mas também para ajudá-lo a gerir o estoque e a vender mais rápido.

Passando menos tempo na gôndola, o produto vende mais rápido ajudando também a indústria, que tem menos perdas, e consegue entregar suas mercadorias de maneira mais efetiva.

Pela plataforma, também dá para saber o perfil de consumo de um grupo de supermercados.

"Nos finais de semana de calor, por exemplo, é natural ocorrer um aumento nas vendas de sorvete. Com o auxílio da IA, é possível cruzar essas informações meteorológicas com os registros das últimas compras feitas pelos supermercados e sugerir uma nova reposição de estoque para aqueles que podem estar sem produtos para atender à demanda que será gerada", diz Buzzi.

Grandes indústrias já estão se destacando nesse cenário, como a Coca-Cola FEMSA. Utilizando a solução da Yalo, a empresa digitalizou mais de 1,6 milhão de lojas, inovando na rota de mercado e aprimorando o relacionamento digital com os proprietários dos estabelecimentos.

Com a IA conversacional, o Compra Agora atingiu 12 mil lojas, registrando 28 mil pedidos e uma satisfação de 93% entre os clientes, resultando em um aumento de 118% no ticket médio das compras e um crescimento impressionante de 224%.

Com Diego Felix

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