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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Com licenças, mina de potássio na Amazônia avança para fase final

Ministério Público Federal questiona liberação por órgão ambiental estadual

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Brasília

Maior projeto de exploração de potássio no país, a mina de Autazes, a 113 quilômetros de Manaus (AM), no coração da Amazônia, obteve as últimas licenças de instalação que restavam para que o projeto avance para sua fase final de construção.

Foram obtidas 21 licenças de instalação, ambientais únicas e autorizações para captura, coleta e transporte de fauna silvestre, emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Projeção da planta industrial do empreendimento de potássio na região de Autazes (AM), feita pela empresa
Projeção da planta industrial do empreendimento de potássio na região de Autazes (AM), feita pela empresa - Potássio do Brasil/Reprodução

Isso permitirá a continuidade das obras de implantação do Projeto e todas as atividades necessárias que darão vida à mina, ao beneficiamento da silvinita, que produzirá o cloreto de potássio, importante fertilizante para garantir a segurança alimentar do Brasil e do mundo, além de uma estrada e porto de embarque.

Quando estiver pronto, o empreendimento terá capacidade para produzir os insumos necessários à fabricação de 20% dos fertilizantes consumidos na agricultura brasileira, que hoje importa 95%.

O projeto está sendo desenvolvido pela Potássio do Brasil, mineradora atua na região amazônica desde 2009. A maioria (85%) dos sócios é estrangeira (Reino Unido, Austrália e Canadá). Os demais acionistas são brasileiros.

A previsão de investimentos é de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões) e mais de R$ 1 bilhão já foi destinado à fase inicial do maior projeto do gênero na região amazônica.

Contudo, há riscos jurídicos que podem retardar o projeto, iniciado há cerca de uma década.

O empreendimento é alvo de uma ação civil movida pelo Ministério Público Federal do Amazonas e só foi destravado em fevereiro deste ano, após decisão da Justiça Federal.

Um dos questionamentos é a competência do Ipaam para conceder licenças no lugar do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente).

As licenças concedidas possibilitam o avanço das obras em Autazes (MA), município situado a 112 km da capital Manaus, na divisa com as terras indígenas mura, outro ponto de controvérsia, segundo o MPF.

Próximos passos

Após sua implementação, com a construção da planta de beneficiamento para a produção do cloreto de potássio, a mineradora terá de obter a licença de operação, necessária para o início da exploração.

Além da base de beneficiamento (em construção), o projeto inclui uma rodovia e um porto. Cada etapa precisa ser submetida a um processo de licenciamento. Há risco de judicialização em todos eles, o que aumenta a insegurança jurídica dos investidores.

Antecedentes

O projeto se arrasta há mais de uma década. A licença prévia foi concedida em 2014. Em 2015, obteve aval para fazer estudos de viabilidade ambiental.

Em 2019, a Justiça Federal determinou a suspensão da licença prévia. O projeto só foi liberado em fevereiro de 2024.

Com Diego Felix

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