PVC

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

PVC

Corinthians vai mal em ensaio para a Copa do Brasil

Jair Ventura trocou um volante, Ralf, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, por um meia de ligação, Mateus Vital. Foi a única diferença do empate contra o Internacional, em comparação com a partida de ida da semifinal da Copa do Brasil, contra o Flamengo.

A única diferença!

Porque embora fosse clara intenção de formar uma equipe emergencial para empatar contra o Flamengo, dez dias atrás, e depois treinar um time ofensivo, capaz de vencer em Itaquera na quarta (26), o ensaio para a semifinal deixou a impressão de que o Corinthians de Jair Ventura não está pronto.

O desenho tático trabalhado ontem deve ser repetido contra o Flamengo e é igual ao do Maracanã. Gabriel como primeiro volante, uma linha de quatro meias, com Romero pela direita, Clayson pela esquerda, o volante Douglas e o meia Mateus Vital lado a lado.

Jadson joga isolado no ataque. 

É diferente de quando Fabio Carille escalava Rodriguinho e Jadson rodando à frente de quatro homens, durante o Paulista. Os dois conversavam e tabelavam mais. 

O camisa 10 isolado, como é escalado agora, só vai desequilibrar se tiver mobilidade para tirar um zagueiro da área e abrir espaço para quem chegar de trás. 

No 1º tempo, Jadson ficou paralisado diante de Émerson e Klaus. Melhorou na segunda etapa, quando rodou mais pela intermediária, mas sem obrigar um dos volantes a dar um passo atrás e permitir a Vital um passe incisivo.

O Corinthians continua inofensivo no ataque. Exceto nos cruzamentos, como nos gols de Jadson e Danilo Avelar contra o Sport ou no escanteio que deu origem ao empate contra o Internacional. Bola desviada por Romero, no primeiro pau, completada por Douglas, no rebote. Faltou criatividade, mesmo depois da troca de Vital por Pedrinho.

O favoritismo do Corinthians para o clássico contra o Flamengo, quarta (26), tem a ver com o mando de campo. Ocorre que será preciso fazer um gol ou correr o risco da decisão por pênaltis, numa disputa que não terá o gol fora de casa como critério de desempate. Desde a inauguração de seu estádio, o Corinthians fez a partida decisiva de mata-mata 18 vezes como mandante. Classificou-se 11 vezes contra sete eliminações, a última contra o Colo-Colo, nesta edição da Libertadores. Apesar de vencer por 2 a 1, o gol como visitante qualificou o clube chileno.

Jair Ventura não garante que a formação será repetida contra o Flamengo. Mas a tendência é esta, pela impossibilidade de escalar o centroavante Roger, usado pelo Inter nas fases iniciais da Copa do Brasil, nem Jonathas, ainda em fase final de recuperação de uma lesão.

Com o Flamengo é diferente. Maurício Barbiéri não testou a formação para a semifinal no jogo contra o Atlético-MG. Não tinha Diego, suspenso, poupou seus laterais titulares, tirou Vitinho da partida e deixou a dúvida se terá novidades na semifinal de Itaquera, como Matheus Sávio e William Arão. Desde a Copa do Mundo, o Flamengo disputou 20 partidas, venceu nove, mas desgastou os titulares, repetidos às quartas e domingos. O descanso de cinco titulares na rodada do fim de semana serve para o Flamengo tornar a semifinal de quarta totalmente equilibrada.

A queda do líder

O São Paulo chutou oito de suas 13 finalizações de dentro da área, contra o América-MG. Mas abusou de novo do vício do futebol brasileiro, o excesso de cruzamentos. Foram 35, seis de escanteios. Sempre que há boa marcação pelo meio, o São Paulo busca os lados e abusa dos levantamentos. 

Saída pela esquerda

Neymar jogou outra vez pela ponta esquerda, contra o Rennes, vitória do PSG por 3 a 1, sem brilho do brasileiro, substituído aos 46 do 2º tempo. Na temporada, Neymar ainda não conseguiu ser assunto por atuação espetacular. Mas deu 3º passe para gol no Francês, líder no critério empatado com Di Maria.

Técnico do Corinthians, Jair Ventura, gesticula durante o jogo contra o Inter
Técnico do Corinthians, Jair Ventura, gesticula durante o jogo contra o Inter - Paulo Whitaker/ Reuters

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.