Ricardo Melo

Jornalista e apresentador do programa 'Contraponto' na rádio Trianon de São Paulo (AM 740), foi presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

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Bolsonaro transformou o Planalto na casa da mãe Joana

O que já é ruim só promete piorar

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Dizer que Jair Bolsonaro é um farsante profissional não impressiona ninguém que tenha alguma cultura política ou convivência, mesmo distante, com a criatura. Nem o ditador Ernesto Geisel o engolia. “Um mau soldado”, carimbou.

Bolsonaro, verdade seja dita, tem honrado a fama. O tamanho do desastre a que o Brasil vem sendo submetido desde sua posse vai demorar anos para ser corrigido. “Vim para destruir” como ele próprio admitiu.

Para isso, inexistem limites. As notícias sobre mudanças ministeriais, iniciativas golpistas e ameaças contra eleições livres não deixam dúvidas. Até o mais conservador dos conservadores fala abertamente sobre o impeachment do capitão doido que assaltou o Planalto.

Literalmente, o governo virou a casa da mãe Joana. A se confirmar, a indicação do presidente do PP para a Casa Civil vai implicar a posse da mãe de Ciro Nogueira para o cargo no Senado.

O tal “posto Ipiranga” será desmantelado. Paulo Guedes, aquele que mandaria em tudo, já não mandará mais em nada. Seria uma boa novidade, tal a incompetência e subserviência do filhote de Chicago aos ditames do grande capital.

Mas não. Uma fatia fundamental do superministério, ao que se diz, será entregue a Onyx Lorenzoni, conhecido pela sua sabujice ao chefe de ofício seja quem ele for. Troca-se o ruim pelo pior, ou vice-versa.

O alvo de toda esta operação tem um nome: Lula. Diante das evidências de que Bolsonaro perde de lavada qualquer eleição, o milico miliciano costura acordos com qualquer um, mesmo com quem, como Ciro Nogueira, o chamou de fascista e coisas a mais.

Correndo por fora, fala-se em semipresidencialismo, na verdade uma semiditadura. A ideia é castrar os poderes do próximo presidente, como tentaram fazer com João Goulart após a renúncia de Janio Quadros. Derrotados, os golpistas da época puseram os tanques nas ruas.

Hoje, os militares de plantão estão atarantados. Além de despreparados intelectualmente, vêm sendo humilhados tanto pelas evidências de malfeitos como pela maneira como têm sido tratados por um miliciano enrustido na cadeira de presidente.

Não serão dias fáceis daqui para frente. Principalmente para um país que a cada dia perde cerca de 1.400 vidas numa pandemia menosprezada a um dólar por cabeça.

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