Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Descrição de chapéu Folhajus

Banco acusa Emerson Fittipaldi de esconder patrimônio para não pagar dívidas

Ex-piloto nega as acusações e, por meio de seus advogados, disse à Justiça que passa por uma situação financeira deplorável

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O Banco Safra disse à Justiça que o ex-piloto Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de Fórmula 1, leva uma vida “faraônica” nos Estados Unidos, mas esconde seu patrimônio por meio de fraudes e empresas de fachada para não ter de pagar suas dívidas.

Fittipaldi responde atualmente a pelo menos 145 processos judiciais abertos pelos mais diversos credores, inclusive trabalhistas, que lhe cobram dívidas estimadas em mais de R$ 55 milhões.

No processo em que acusa o ex-piloto de ocultar seu patrimônio, o Safra cobra R$ 776,4 mil de um empréstimo feito para uma concessionária de veículos da qual Fittipaldi era sócio. Ele também foi o fiador da operação bancária.

“Os credores não conseguem penhorar o patrimônio de Fittipaldi”, diz o banco. “Não porque o sr. Emerson Fittipaldi esteja falido, mas, sim, porque encontram incontáveis obstáculos.”

O ex piloto Emerson Fittipaldi (10/11/2018) - Greg Salibian/Folhapress

De acordo com documento entregue à Justiça no dia 11 de agosto, o banco afirma que o ex-piloto “se utiliza de empresas de fachada, vazias e sem atividade alguma, para contrair crédito e, após inadimplida a obrigação, consegue proteger o seu vultoso patrimônio por meio dessas sociedades de ‘escudo’”.

Fittipaldi nega as acusações. Por meio de seus advogados, disse à Justiça que passa por uma situação financeira “deplorável”, mas que vem tentando reestabelecer seu patrimônio a fim de levantar os valores necessários para quitar suas dívidas.

Numa das ações, o ex-piloto chegou dizer à Justiça que não consegue sequer pagar as custas processuais, de cerca de R$ 14 mil, e solicitou que lhe fosse concedido o benefício da justiça gratuita.

“Fittipaldi se encontra hoje próximo da miserabilidade”, afirmou o advogado Donato Sato de Souza em uma petição de 2019.

Campeão mundial em 1972 pela Lotus e bi em 1974 pela McLaren, Fittipaldi abriu mão da tentativa do tricampeonato a fim de construir o primeiro carro brasileiro de Fórmula 1, a Copersucar-Fittipaldi.

O carro estreou em 1975 e disputou 104 corridas, sem nenhuma vitória, até encerrar suas atividades em 1982. Estima-se que o projeto tenha custado U$ 7,5 milhões.

Fittipaldi recuperou suas finanças quando passou a competir na Fórmula Indy, nos Estados Unidos, durante 12 anos. O sucesso o levou novamente aos negócios, apostado em vários setores e empresas.

Investiu em plantação de laranja, usina de etanol e até mesmo em grife de moda.Sem o mesmo talento das pistas, teve de brigar na Justiça para que seu Lotus 72, o carro do primeiro título mundial, doado ao Museu Fittipaldi (hoje inativo), não fosse penhorado.

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