Ruy Castro

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

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Ruy Castro
Descrição de chapéu
terrorismo

A digital na coronha do fuzil

Se algo acontecer a Lula na cerimônia de posse, sabe-se desde já o nome do mandante: Bolsonaro

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Ao investigar um assassinato ou tentativa de, as autoridades partem de perguntas básicas. Quem matou? Quem mandou matar? Por quê? Com a ajuda de quem? Pois nunca na história deste país uma cerimônia de posse na Presidência esteve tanto sob a ameaça de um ato de violência quanto a de Lula neste domingo (1º). E, se de alguma forma, isso se concretizar, nunca terá sido tão fácil achar as respostas. Todas levam o nome de Jair Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro - Antonio Molina - 27.abr.22/Folhapress

Quem matou? Se um CAC anônimo e desesperado for o autor do disparo ou da colocação da bomba, o dedo no gatilho ou na banana de dinamite será o de Bolsonaro. Quem mandou matar? Por toda a pregação terrorista que praticou do primeiro dia de mandato até seu silêncio desde que perdeu a eleição, Bolsonaro será o mandante. E, se se argumentar que ele terá apenas "inspirado" o atentado, bastará levantar sua prática de governo: Bolsonaro pôs um arsenal na mão de cada seguidor, e não para ele brincar de pistoleiro em clubes de tiro ou matar tatus no mato.

O porquê é a mais fácil: uma besta-fera como Bolsonaro não pode entregar passivamente o poder depois de barbarizar o país por quatro anos. Precisa continuar nele para não ser enjaulado. Para isso, a solução é insuflar no país um clima de terror que induza seus supostos aliados, as Forças Armadas, a estuprar a democracia e impor uma medida de força. Mas, desta vez, isso só seria crível se o terror partisse da esquerda, como um dia aconteceu. Com que cara, hoje, um general botará as tropas na rua para beneficiar Bolsonaro, se o terror vem confessadamente dos próprios bolsonaristas?

Notar que um atentado contra Lula porá também em risco os presidentes e ministros dos países estrangeiros presentes na festa. Esses países não gostarão de vê-los levarem um tiro ou bomba destinado a Lula.

O silêncio de Bolsonaro diante dessa ameaça é a sua digital na coronha do fuzil.

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