Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo

Esqueça as cores na virada

No melhor espírito esportivo, esta coluna sugere que o leitor as troque por uniformes de alguns times

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Reza a lenda ocidental de Ano-Novo que mais importante do que o modelito escolhido para passar a virada é a cor da tal indumentária. Desde a infância este escriba ouviu que o branco está associado a religiões ou paz, ou ambos; o vermelho, paixão, ou era amor?; o azul, tranquilidade (na minha lembrança); e mamãe sempre dizia que era bom usar algo amarelo para atrair riqueza. Pelo saldo na conta bancária deste escriba, é possível dizer sem sombra de dúvidas que o amarelo foi um equívoco.

Portanto, no melhor espírito esportivo, esta coluna sugere que o leitor troque as cores por uniformes de alguns times. Quem sabe dá certo?

Vamos começar pela tal riqueza. Se quer atrair dinheiro, a dica é usar uma camisa do Qatar Saint-Germain, clube sediado em Paris. É um time bastante endinheirado, compra o que quiser e ri de quem joga na Mega da Virada e já fez um uma história de terror infantil chamada "O Mito do Fair Play Financeiro".

A versão brasileira pode ser uma camisa do Flamengo, que não chega a ser um PSG, mas, no mundo do real (a moeda), é o símbolo da boa gastança --só faz pechincha com as famílias da tragédia do Ninho do Urubu, de resto, o dinheiro jorra.

Sonha em ter uma criança? Passagem de ano segura com a camisa do Real Madrid, pode ser a branca. Nenhum clube ama tanto as crianças brasileiras. Não podem ver um jovenzinho de 16 anos correndo feliz por aqui que resolvem levar embora, sempre por um caminhãozinho de dinheiro, para deixar papais e dirigentes igualmente alegres.

Uniforme dos bons pensamentos e da esperança de algo melhor: Arsenal. O time de Londres não chega a ser um pobrezinho, mas ninguém esperava que eles virassem o ano na liderança do Inglês, na frente dos (mais) poderosos Manchester City, Manchester United, Chelsea e Liverpool.

A versão brasileira desta camisa pode ser do Vasco ou do Bahia, que vão para o primeiro ano como SAF. Essa turma SAF é como aquela classe média de governos passados, que tem dinheiro para ir todo ano para França ou outro país da Europa --mas quer comer arroz e feijão no bistrô.

Camisa "eu sou só um sonhador feliz": Corinthians. Depois de começar 2022 falando em Cavani, mas levando Paulinho, o time encerra 2022 falando de Philippe Coutinho, para assinar com Matheus Bidu.

Gosta de aventura e alegria? Então pode começar 2023 com uma camisa do Fluminense. Não há jogo com o time de Fernando Diniz que não provoque um sorriso gostoso em todos que o acompanhem --algumas vezes o sorriso é nervoso, quando os aventureiros zagueiros e o goleiro saem tranquilamente tocando a bola de sua própria área.

Uniforme da tranquilidade e da paz: Palmeiras, inesperadamente. A torcida que em outros tempos pichava muro por derrota na Copinha foi pacificada pelas campanhas de Abel Ferreira. Veja a reação de torcedores em 2022: eliminado em casa pelo São Paulo na Copa do Brasil (tudo bem); perder a vaga na final da Libertadores para o Athletico-PR dentro do Allianz depois de abrir 2 a 0 (acontece). Perder o sonhado Mundial de Clubes para o Chelsea (beleza).

Representando a criatividade, a sugestão é uma camisa do Grêmio, que negocia para ter no time o uruguaio Suárez e, sem dinheiro para pagar uma dívida com o fiasco de 2021 Douglas Costa, pensa em recontratar o moço --é a chamada economia criativa.

Por fim, se querem terminar um relacionamento com o parceiro/parceira e não sabem como falar, a sugestão é uma camisa com a imagem de Vítor Pereira.

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