[Texto contém ironia, use sem moderação]. Ô abre alas que a liberdade quer passar! Vão passar na Esplanada 101 caminhões para invadir o acesso ao STF. Viva a liberdade de fechar o Supremo! Lá dentro, o procurador-geral da República, com tempo livre, já está aquecendo os tambores para a linda "festa cívica". Viva a liberdade de implodir a República!

Abre alas que a liberdade de morrer de fome vai passar! Viva o dólar a R$ 5,32; viva a inflação! Viva a liberdade de comer osso para ver se sobrou alguma carne! Saudade da "liberdade de negociar pretos escravos", circa 1822; ai que tempo bom que não volta nunca mais. Viva a liberdade de se empanturrar de rachadinha; de arrotar dinheiro desviado da vacina! Cadê o Queiroz para tirarmos com ele uma foto de verde e amarelo?

Por que escolher a liberdade ou a morte se podemos ter as duas? Viva a liberdade de matar! Bíblia num braço, fuzil no outro! Tem que todo mundo comprar fuzil para sobrar bastante arma para as (nossas) milícias! Jogue fora essa máscara e respire a liberdade irrestrita de contaminar todo mundo! Não matarás, exceto se for mais de meio milhão. Viva a liberdade sem responsabilidade consigo e com os outros. Viva a liberdade sobre o próprio corpo, mas só se não for mulher ou LGBT!

Viva a liberdade de ridicularizar o presidente da Câmara praticando um crime de responsabilidade por dia! Viva a liberdade da separação de Poderes para cada Poder implodir a democracia dentro do seu quadrado até o dia em que nem democracia nem quadrado existirão! "Na discórdia, todos perdem", disse Lira; e viva a liberdade de concordar em deixar o presidente bobo da corte implodir o país!

Viva o 7 de Setembro. Nada mais significativo do nascimento da nação do que dom Pedro acometido com ataques de diarreia, a cavalo, no meio do nada, com poucas pessoas ao seu redor, exausto, gritando o que já se fizera óbvio: "Independência ou morte!". Ao cabo, escolhemos a morte e a chamamos de liberdade. Viva?