O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio dá sinais de melhora nos últimos meses, mas ainda não se recuperou da queda de preços e do fechamento de alguns mercados externos para os produtos brasileiros.
Apesar da alta de 0,38% em julho, o PIB teve queda de 0,85% nos sete primeiros meses deste ano, em comparação a igual período anterior.
Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
A perda de renda ocorre mais dentro da porteira, devido à queda de preços, e ao aumento dos custos. Agricultura e pecuária, contudo, tomam caminhos diferentes.
A agricultura se recuperou de uma queda de preços do final do ano passado e acumula alta de 2,1% no PIB deste ano. Já a pecuária, devido ao fechamento de alguns mercados importantes, amarga uma queda de 7,7%.
Pelos cálculos do Cepea, o setor de insumos do agronegócio vai bem, puxado pela agricultura. Com uma recuperação nos últimos meses, os insumos acumulam evolução de 2,84% no ano. Enquanto o setor de insumo agrícola teve alta de 5,4%, o referente à pecuária caiu 1,93%.
Tanto fertilizantes como defensivos, devido à ampliação da atividade agrícola, têm cenários melhores do que os de 2017.
Dentro da porteira, porém, as coisas não vão bem
A renda do segmento primário do agronegócio caiu 3,62% até julho. O setor pecuário lidera a queda, com desaceleração de 5,13%, enquanto o ramo agrícola teve queda de 2,85% no ano.
O segmento industrial, com evoluções positivas nos últimos meses, acumula alta de 1,36% de janeiro a julho. Esse aumento tem como base a agroindústria agrícola (+3,84%). Já o setor agroindustrial com base na pecuária caiu 7,66% de janeiro a julho.
No setor agroindustrial, óleos vegetais e biocombustíveis serviram de impulso, enquanto a indústria açucareira registra intensa queda na produção.
Os serviços no agronegócio têm queda, acumulando diminuição de 1,13% no ano. A pior redução de atividade ocorreu no setor pecuário, no qual a desaceleração foi de 10%, segundo o Cepea.
A galope As receitas com as exportações do setor sojicultor deverão atingir US$ 39 bilhões neste ano, segundo dados desta terça-feira (6) da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
Galope 2 Apenas as vendas externas de grãos, devido às intensas importações da China, deverão somar US$ 32 bilhões, na avaliação da associação.
Bem acima As receitas das exportações do setor têm em ritmo intenso. Em 2015, foram US$ 25 bilhões, volume que subiu para US$ 32 bilhões em 2017. Em 2019, porém, recua em relação ao de 2018: serão US$ 34 bilhões.
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